A Austrália é o quarto maior exportador mundial, e envia vinho para mais de uma centena de países, tem mais de 6 dezenas de regiões vinícolas e as vinhas australianas ocupam cerca de 160.000 hectares, em todo o país.
São números impressionantes de uma nação que soube aliar a tradição na plantação e manutenção das vinhas com formas de produção avançadas utilizando a mais recente e moderna tecnologia. Atualmente 98% da produção ocorre no Sudeste australiano (Nova Gales do Sul, Vitória e Austrália do Sul) e tirando partido da riqueza e diversidade ao nível dos solos e do clima, os vinhos australianos são conhecidos pelo seu equilíbrio, riqueza, complexidade e diversidade de sabores.
As principais castas australianas são: Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Shiraz principalmente e numa segunda linha – Merlot, Pinoir Noir (uvas tintas) e Sémillion e Sauvignon Blanc (uvas brancas).
A casta Chardonnay é das mais bem sucedidas em todo o mundo e também na Austrália tem um papel de destaque, sendo a casta de vinhos brancos com maior implementação no país. A casta Chardonnay de referência é plantada, por exemplo, em Margaret River ou Langhorn Creek mas está espalhado um pouco por tudo o país. Chardonnay é normalmente alvo de misturas por duas razões: quando as destilarias pretendem fazer um espumante branco distinto e aí é misturado com Pinot Noir ou quando os produtores pretendem enriquecer o Chardonnay de uma região com o Chardonnay de outras regiões e assim criam um Chardonnay rico, cheio de sabores e aromas. O vinho Chardonnay é normalmente amadurecido em barris de carvalho e tende a apresentar sabores a citrinos e pêssego nas regiões mais frias e a melão maduro nas regiões mais quentes.
A variedade de uvas brancas Sémillion também tem grande aceitação nos campos australianos, porque possibilita a produção de vinhos muito rico e intensos aos nível de sabores e aromas mas também porque é uma casta que mistura bem com as mais conhecidas castas francesas de vinho branco – Chardonnay e Sauvignon Blanc. O Sauvignon Blanc coaduna-se melhor com climas mais fresco como é o caso de Tasmânia e Vitória e sozinho ou misturado com Sémillion resulta num vinho refrescante bastante adequado para refeições leves e sobremesas.
No campo das uvas tintas – domina em termos de números de hectares plantados, a casta Shiraz, ou Syrah como também é conhecida, e foi introduzida em 1832 na Austrália por James Busby. Mas só nos últimos 30 anos teve grande aceitação quer na Austrália, quer em todo o mundo. O vinho Shiraz (ou Hermitage) por norma é um vinho tinto encorpado, de cor muito escura, aromático, com sabor a especiarias, pimenta preta e, na Austrália do Sul, também com forte presença de chocolate – mas é apenas um padrão pois o Shiraz tem mutações ao nível do sabor e de outras características conforma o clima/zona da Austrália e técnicas de produção utilizadas. É a casta mais plantada na Austrália e extremamente lucrativa. Os vinhos Shiraz “Penfolds” e “Tyller´s Wines” detêm grande popularidade.
Também a sensível casta Merlot, tem uma quota importante de plantação e o caráter suave, frutado, leve e com forte sabor a bagas é claramente apreciado pelos australianos. O Pinot Noir com as suas características de cor clara, pouco encorpado e eminentemente frutado permite “casar” bem com a casta Chardonnay na feitura dos reputados e elegantes vinhos espumantes australianos embora por si só, um vinho tinto seco Pinot Noir seja sempre um vinho atraente para um bom apreciador de vinhos.
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