terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Tokaj Aszú Leonis Selection 3 Puttonyos 2008

O Tokaji é o vinho emblemático da Hungria, sua fama teve início mil anos atrás, sendo citado até mesmo no hino nacional da Hungria.

São elaborados com uvas de uma região demarcada no nordeste da Hungria, conhecida como Tokaj-Hegyalja (colinas de Tokaj) e daí seu nome. Interessante que esta região está encostada na fronteira com a Eslováquia havendo um acordo para que esse país possa também produzir esse néctar, porém com um volume pré difinido que não pode ultrapassar 10% do total. Isso, no entanto, parece que está passando por reforma já que os eslovacos colocam pressão para mudar esse status-quo.

As uvas usadas são essencialmente a Furmint e eventualmente a Hárslevelu com as quais se faz um vinho básico seco ao qual se adicionam cestas da uva botrytizada (Aszú) com capacidade de 20 a 25kgs. Quanto mais cestas destas, os famosos Puttonyos, são acrescidas às barricas de 136 litros (Gönci) mais intenso e mais doce será o vinho em função do aumento de açúcar residual. A categorização por níveis de Puttonyos se inicia no 3 e exige no mínimo um residual de açúcar de 60grs (6 a 9%). Veja o restante:

4 Puttonyos – Minimo 90grs (9 a 12%) de açúcar residual.

5 Puttonyos – Mínimo 129grs (12 a 15%) de açúcar residual.

6 Puttonyos – Mínimo de 150 grs (15 a 18%) de açúcar residual.

Tokaj Eszencia Aszú – Minimo 180grs (mais de 18%) de açúcar residual.

Tokaj Eszencia – rarrissímos e caros exemplares com mais de  400grs (40 a 70%) de açúcar residual.

Para efeitos comparativos, os não menos famosos Sauternes possuem um residual de açúcar similar aos Tokaj de 4 Puttonyos. Vinhos tão doces seriam, na percepção geral da nação, caldos extremamente enjoativos o que não é verdade em função de sua enorme acidez que balanceia essa doçura de forma espetacular. Esse alto teor de açucar e acidez colaboram para o tornar um dos vinhos mais longevos do mundo.

Ideais para acompanhar sobremesas à base de cremes e frutas cítricas, queijos azuis tipo Gorgonzola e Rocquefort, ou mesmo para tomar sozinho iniciando ou encerrando uma refeição.


domingo, 19 de janeiro de 2014

Vermentino Sensi Collezione 2011

A Vermentino é uma uva prima das Malvasias, portanto tendo ancestrais na Grécia, e tem cascas rosadas levando um charme à região do Cinque Terre na Itália. No nariz vai-se do  floral ao cítrico, na cor a característica âmbar, algo dourado. Na boca um vinho denso e levemente ácido. É uma casta muito comum na Sardenha, Córsega, Toscana e Ligúria.

Chablis 1er Cru Mont de Milieu

Existem quatro tipos de Chablis que, em uma hierarquia crescente, seriam: Petit Chablis, Chablis, Chablis Premier Cru e Chablis Grand Cru. 
Podemos dividir estas quatro categorias em dois grupos, os dois primeiros são vinhos mais leves, geralmente sem passagem por madeira. 
Os Petit Chablis são quase sempre os mais simples, produzidos na periferia da região, leves e feitos para serem bebidos mais jovens. 
Os Chablis básicos, também chamados de “Chablis AOC”, são os mais populares, o arquétipo dos Chablis. Eles podem ser excelentes compras.
Os Chablis Premiere Crus trazem em seus rótulos a denominação Premier Cru, acompanhada do nome de um dos cerca de 40 vinhedos dispersos pela região que possuem esta classificação. O nome do produtor conta bastante.
Os Chablis grand Crus são a elite e raramente decepcionam. São apenas sete os vinhedos classificados como Grand Cru: Les Clos, Blanchots, Les Preuses, Bougros, Grenouilles, Valmur e Váudesir. Existe ainda o vinhedo La Moutonne, que não possui a classificação de Grand Cru, mas tem o mesmo status, pois fica entre os vinhedos Váudesir e Les Preuses. Os Grand Crus são sempre caros, mas geralmente ganham na relação preço x qualidade quando comparados aos grandes da Côte d´Or, como o já citado Montrachet. Em geral, o estilo dos Chablis Grand Cru é austero por ter acidez marcante, ser muito seco e mineral, complexo e encorpado. Enquanto harmonizamos uma Chablis comum com ostras frescas, os Premier Cru e os Grand Cru pedem pratos de maior intensidade de sabor, como salmão defumado, eventualmente com molhos cremosos, e suportam até uma ousadia como o foie gras.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Chardonnay





Arainha das uvas brancas, e uma das cepas mais conhecidas e mais plantadas no mundo... Chardonnay!

A Chardonnay é plantada praticamente em todos os países que produzem vinho:

 Nas regiões francesas da Borgonha, de onde ela é original, principalmente em Côte de Beaune e Chablis, nas regiões de Champagne, da Alsácia e de Languedoc-Roussillon.

 Em diversas regiões da Califórnia, e também no Oregon.

 Na Austrália, na Nova Zelândia, no Chile...

As vinhas de Chardonnay tendem a produzir muitos cachos de uva, e se não forem corretamente podadas, podem prejudicar a qualidade da safra. Além disso, a fina casca da Chardonnay a deixa bastante suscetível a mofo, bolor, pragas e doenças, exigindo muito cuidado por parte do produtor.

Conhecida por sua versatilidade, a Chardonnay pode fornecer vinhos muito variados, de acordo com o amadurecimento da fruta, com as técnicas de vinificação, e com o terroir.

Em relação ao tempo de espera até a colheita, uvas menos maduras podem remeter à maçã verde e limão; uvas mais maduras trazem aromas que lembram abacaxi e manga.

Em relação aos processos de vinificação, a passagem por madeira muda muito as características naturais do Chardonnay, acrescentando aromas e sabores marcantes de baunilha, manteiga, açúcar caramelizado, crème brûlée, praline...

E, no que diz respeito ao terroir, a uva Chardonnay cultivada em locais frios e amenos é leve e refrescante, enquanto que, em locais de clima quente, desenvolve corpo e densidade exuberante.

Sendo assim, o estilo do Chardonnay produzido em Chablis, na Borgonha, e também na Nova Zelândia, costuma ser crocante, medianamente encorpado, frutado e mineral. Já os vinhos Chardonnay da Califórnia e da Austrália normalmente se apresentam mais encorpados, com teor alcoólico mais elevado, com madeira e amanteigados.

Além disso, vale ressaltar que a Chardonnay é bastante utilizada na produção de espumantes, inclusive em Champagne, onde um Blanc de Blancs é um varietal dessa uva.

E, assim como há um Chardonnay para cada gosto, também há um Chardonnay para cada prato. Os mais leves e mais minerais, como Chablis, que devem ser servidos a 9°C, são boas opções para ostras, risotos de frutos do mar, camarão e lagosta grelhados, salmão, atum... Já um Chardonnay mais encorpado, e com madeira, é um excelente acompanhamento para carne de porco, frango, salames, azeitonas..., mas não precisa ser servido tão gelado, podendo chegar a mais ou menos 12°C.

De qualquer maneira, você pode confiar na versatilidade da Chardonnay: essa é uma uva que combina bem com a maioria dos alimentos e dos paladares.

E, uma última curiosidade: uma pesquisa de DNA realizada na California identificou a Chardonnay como sendo um dos resultados do cruzamento entre a Pinot e a medieval Gouais Blanc.

Terra Nova Moscatel

A minissérie Amores Roubados nos mostra uma região vitivinícola por vezes esquecida e não tão famosa no Brasil: o Vale do São Francisco.

Situado entre Pernambuco e Bahia, numa latitude até então impensável para o mundo do vinho (8º) o Vale do São Francisco caminha para ser um dos importantes produtores vitivinícolas do país e desperta a curiosidade mundial. A vinicultura pernambucana/baiana já detém 15% do mercado nacional e emprega diretamente 30 mil pessoas na única região do mundo que produz duas safras e meia por ano.

Esse é um Espumante Moscatel, corpo leve, cor clara, aromas discretos, refrescante. Bom para o calor e o verão.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Chablis Le Sereine 2011

Pena que o rótulo rasgou quando puxei da adega, mas é um Chablis, um dos vinhos mais emblemáticos da França e o vinho branco mais conhecido em todo o mundo. Este branco francês é um clássico e a companhia perfeita para ostras frescas. 

Elaborado exclusivamente com a uva Chardonnay, a região do Chablis pertence a Borgonha, porém está geograficamente afastada, localizada mais ao norte, quase na região do Champagne. Os melhores exemplares vêm dos arredores da cidade de mesmo nome, Chablis.

Na falta das ostras, fui de camarão mesmo...

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Il Costana Romagna Sangiovese Superiore

A região da Emiglia-Romagna encontra-se no centro-norte da Italia, tendo ao norte o Veneto, Lombardia e Piemonte, e ao sul a Toscana e a Liguria.

Apesar de ser uma única região, os italianos que vivem na Emilia-Romagna costumam dizer que são da Emília, caso morem mais ao Norte, próximo de Milão, ou que são da Romagna, caso estejam abaixo de Bologna, no Sudeste da região. As uvas predominantes também diferem - na Emília, reina a Lambrusco, e na Romagna, a Sangiovese.

A Uva Sangiovese desta região é um clone da Sangiovese encontrada na Toscana. Suas características organolépticas são muito variadas e vão de vinhos bem leves aos de boa estrutura, que nas mãos dos melhores produtores de Romagna produzem vinhos de alta qualidade que não ficam nada a dever em relação aos Toscanos.

E hoje um Sangiovese de Romagna para inaugurar o mais novo espaço da casa: uma adega!