Mundialmente famoso pelos fortificados Porto e Madeira, Portugal tem cada vez mais atraído a atenção, também, para seus excepcionais vinhos leves. Além dos refrescantes Vinhos Verdes, o país, que conta com 14 regiões vinícolas bem definidas, produz surpreendentes vinhos tintos secos, principalmente no norte, onde o clima não é tão quente.
Desde a entrada do país na União Europeia, em 1986, novas áreas foram criadas, com mais regras e castas permitidas. Quem segue rigorosamente essas regras, pode ostentar os DOC, selos de Denominações de Origem Controlada, que são a segurança de autenticidade da qualidade e da representatividade de um terroir.
As vinícolas portuguesas estão aproveitando ao máximo a ampla gama de variedades locais à sua disposição; são mais de 250 uvas nativas, que produzem vinhos peculiares e deliciosos. Aliás, a maioria das uvas utilizadas na produção dos vinhos portugueses são variedades nativas de Portugal, daí o caráter único e tentador dos seus vinhos! Veja a seguir as principais uvas portuguesas:
Castas tintas
Além daTouriga Nacional, considerada a alma dos vinhos portugueses, procure também pelas uvas Baga, Castelão, Touriga Franca,Tinta Roriz e Trincadeira, entre outras.
Os vinhos leves que mais atraem a atenção talvez sejam os tintos finos e secos do vale do Douro, produzidos com as mesmas variedades do Porto, como Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca. Os tintos intrigantes, aromáticos e estruturados da região vizinha, o Dão, podem ser também muito bons. Procure pela caprichosa casta chamada Baga, muito importante na região do Dão, além de ser a responsável pelos melhores vinhos da região da Bairrada.
Castas brancas
Portugal também oferece excelentes uvas brancas nativas, sendo as mais importantes aAlvarinho, Arinto, Encruzado eFernão Pires.
Os entusiastas dos brancos leves, ligeiros e refrescantes devem procurar pelos vinhos do norte do Minho, lar do Vinho Verde. Embora Portugal não seja conhecido por produzir grandes vinhos brancos, um deles, o Vinho Verde, sacia a sede, é refrescante e acessível. Seu nome deriva do fato de ser um vinho para ser bebido jovem, de preferência dentro do ano da colheita. Vinho Verde é um vinho floral, muito seco, ácido e leve, ligeiramente frisante.
Para os entusiastas dos vinhos fortificados, Portugal certamente é o paraíso. Ricos em álcool e em açúcar, o Porto e o Madeira são excelentes harmonizações para sobremesas. Conheça um pouco mais cada um deles a seguir:
O Porto
Talvez você conheça a romântica imagem do Porto sendo elaborado por pessoas pisando as uvas, em grandes tanques de granito chamados lagares. Movimentos de marcha, durante duas horas de trabalho, são seguidos por horas de dança e diversão ao som de música, geralmente varando a noite.
Mas, desde a década de 90, lagares mecanizados e prensas automáticas vêm substituindo o trabalho humano na prensagem das uvas, apesar da pisa com os pés ainda ser mantida pelos produtores de Portos Vintage de alta qualidade, e por vinícolas menores e mais tradicionais.
O Porto é um vinho doce muito potente, mas que finaliza seco, devido à acidez, que estimula a salivação e limpa o paladar. É elaborado pela fermentação das uvas, seguida pela adição de destilado de álcool, que eleva o teor alcoólico para 20% por volume, matando o fermento e interrompendo a fermentação, antes de todo o açúcar ser transformado em álcool (por isso o vinho permanece doce).
A maioria dos vinhos do Porto é elaborada com uvas tintas, mas também são produzidos Portos brancos deliciosos, com uma aparência dourada, devido ao tempo de permanência nas barricas.
O Madeira
O Madeira é um vinho fortificado, elaborado na ilha portuguesa de mesmo nome, localizada além da costa do Marrocos. A Ilha da Madeira fica a 1.100 km da costa portuguesa e a 600 km da costa africana.
A boa maturação das uvas da Ilha da Madeira deve-se à proximidade do mar, ao solo vulcânico, aos verões quentes e úmidos e aos invernos não muito intensos.
Esse é o único vinho que pode ser indefinidamente guardado depois de aberto, sem que perca seu caráter, devido ao processo de vinificação. O aquecimento em barricas abertas e de maneira contínua – em um processo conhecido como estufagem, carameliza os açúcares e oxida o vinho de maneira intencional, criando o sabor característico levemente picante. E o amadurecimento em carvalho resulta em aromas e sabores tostados e com considerável complexidade.
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