terça-feira, 12 de novembro de 2013

Vinhos Verdes

Em primeiro lugar: Vinho Verde não é verde. Vinho Verde pode ser tinto, branco, rosé ou espumante. Vinho Verde é um dos tipos de vinho absolutamente singulares de Portugal.

O nome “Verde” descreve seu estilo fresco, em oposição a maduro, ou a envelhecido. Ou seja, o termo “Verde” não está relacionado à sua cor, que é quase branco-água ou vermelha (mais vendido em Portugal). Ele tem esse nome porque as uvas têm elevado teor de acidez, resultando em vinhos que parecem ter sido feitos com uvas colhidas antes da hora, ou seja, “verdes”.

Outra versão para o nome Vinho Verde, mais difundida pelo próprios produtores, é que o nome deve-se pelo fato da região ser verde, ou seja, o Vinho Verde vem de uma região de paisagens lindas e verdes, que é a província do Minho, ao norte do país, com clima úmido e alto índice pluviométrico.

Os Vinhos Verdes, de baixo teor alcóolico e definitivamente ácidos, são resultado de vinhas extremamente vigorosas, com ácido málico extraordinariamente alto e níveis de açúcar natural da uva relativamente baixos. Essa acidez característica produz um efeito na língua que é chamado, pelos patrícios, de “agulha”. 

Apesar de a maioria do Vinho Verde branco ser feito de uma mistura de uvas, alguns dos melhores são feitos exclusivamente de uva Alvarinho (Albariño na Espanha), cultivadas ao redor de Monção. Alvarinho é tida como a uva mais nobre da região ao norte de Portugal, gerando um dos poucos vinhos portugueses conhecidos pelo nome da casta, o que já diz muito.

Vale ainda salientar que algumas vinícolas têm produzido monovarietais de Azal, Loureiro, Avesso e Arinto, ricos em tipicidade, que estão dividindo fama com o já consagrado Alvarinho. Os Vinhos Verdes tintos, por sua vez, são feitos com Vinhão.

Para quem ainda pensa nos Vinhos Verdes como cheios de gás carbônico, elevado teor de açúcar residual e grande acidez, Vinho Verde é mais do que isso, e algumas mudanças vêm acontecendo lentamente nos últimos anos. Enólogos mais ousados têm feito vinificações com a intenção de compor lotes mais complexos e ricos em aromas. E todos são sempre bastante frescos e alegres.

Os entusiastas dos vinhos leves, ligeiros e refrescantes devem procurar pelos vinhos do norte do Minho, lar do Vinho Verde.

Experimente harmonizar com a culinária simples, de sabores não muito adornados, como frutos do mar, como ostras e mexilhões, legumes crus ou cozidos, peixe grelhado e frito, carnes de porco.


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