Um blog nascido da curiosidade. O que afinal é a Enogastronomia? A simples harmonia entre o vinho e o prato? Mas e a companhia? E o local? E a paixão? E o doce sabor do beijo só pode durante a sobremesa? Me parece um universo inesgotável de variáveis. Assim não quero chegar tão cedo à harmozinação final. O que dá prazer é percorrer o caminho da busca. “De gustibus non disputandum est”. Afinal, o essencial é invisível aos olhos.
sábado, 30 de novembro de 2013
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
domingo, 17 de novembro de 2013
Harmonização
Contraste e similaridade
Vinhos da Nova Zelândia
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O País
A Nova Zelândia é um país de contrastes, com floresta nativa densa, montanhas cobertas de neve e um litoral espetacular. Com regiões vinícolas em expansão ocupando latitudes de 36 a 45 graus numa extensão de 1600 km, as uvas crescem em uma ampla gama de microclimas e tipos de solo, produzindo uma grande variedade de estilos. A parcela equivalente dessa ocupação no hemisfério norte iria de Bordeaux (44-46º) até o sul da Espanha.
O Sauvignon Blanc da Nova Zelândia é reconhecido mundialmente como a referência definitiva para essa variedade. Cerca de 42% da área de vinhedos do país é de Sauvignon Blanc.
O reconhecimento crescente para os vinhos de Chardonnay, Pinot Noir, Espumantes por método tradicional, Riesling, cortes de Cabernet Sauvignon e Merlot têm contribuído para consolidar a posição do país como um produtor de vinhos de classe mundial.
A Nova Zelândia tem dez regiões vinícolas principais, cada uma apresentando grande diversidade de clima e solo. As diferenças de clima podem ser ilustradas pela variação da data da colheita de Chardonnay: enquanto nas regiões mais amenas e úmidas de Northland, Auckland e Gisborne a colheita deve começar em final de fevereiro ao início de março, em Central Otago os vinhedos de Chardonnay mais ao sul no mundo são colhidos a partir de meados de abril – uma diferença de 6 a 7 semanas.
Na Nova Zelândia operam atualmente 530 vinícolas (2005)
A exportação é de 57,8 milhões de litros (43,5% da produção)
O consumo no país é de 12,1 litros per capita - (9,9 em 1996)
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quinta-feira, 14 de novembro de 2013
A Famosa Uva Monastrell
Vinhos Americanos
Quando os primeiros nórdicos aportaram na América do Norte, chamaram-na Vinland, ou Terra das Vinhas. Verdade seja dita, as videiras encontradas não eram da espécie Vitis Vinifera, e, sim, variedades de outras espécies, consideradas “selvagens”. Mas talvez isso já fosse um prenúncio, de como esse país tornaria-se importante no cenário mundial dos vinhos.
O sistema americano de denominação, AVA (American Viticultural Area) é bem distinto da maioria dos sistemas, principalmente dos europeus. Menos restritivo quanto aos métodos de produção ou à variedade da uva, mas mantendo o foco no conceito de terroir, ele garante apenas que a maioria das uvas utilizadas na produção do vinho sejam da região indicada no rótulo.
Falando em região, a costa do Pacífico concentra a produção americana de vinho, principalmente na Califórnia, mas também nos estados de Washington e Oregon. Contudo, outras áreas vêm, pouco a pouco, também construindo suas próprias reputações, com uma produção que cresce rapidamente.
Califórnia
Quando falamos em vinho americano, quase já deduzimos que seja da Califórnia. Isso porque cerca de 90% do vinho dos Estados Unidos são californianos. E o enoturismo é um dos grandes motivos de viagens para a Califórnia, assim como a Disneylândia e Hollywood.
É impossível falar dos vinhos da Califórnia sem citar uma extraordinária degustação às cegas realizada em Paris em 1976, quando vinhos californianos venceram os melhores vinhos de Bordeaux.
O que mais chama a atenção nos vinhos californianos, além da qualidade, é a diversidade. Cabernet Sauvignon, em vinhos varietais ou em corte bordalês, Chardonnay, Merlot, Pinot Noir, Syrah... assim é a Califórnia. Mas, a “especialidade da casa” é, sem dúvida, a Zinfandel, em vinhos de diferentes estilos, dos tintos frutados e concentrados, aos mais leves, passando pelos rosés, chamados de Blush, ou White Zinfandel (mesmo sem serem brancos).
Duas denominações se destacam entre os vinhos da Califórnia: o pequeno Vale do Napa, gigante em notoriedade, sendo a primeira AVA oficialmente reconhecida, com complexos Cabernet Sauvignons, e o Vale do Sonoma, famoso pelos Chardonnays.
Oregon
Sucesso recente no mundo dos vinhos, o estado do Oregon vem surpreendendo com vinhos produzidos, principalmente, à base de Pinot Noir e de Pinot Gris.
Washington
Preste atenção nos vinhos do estado de Washington, como têm feito alguns grandes especialistas deste mercado, principalmente quando o assunto é Riesling. O estado está se tornando um ícone de vinhos premium.
Garota eu vou pra Califórnia...
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Remhoogte Pinotage 2010
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Porto x Madeira
Ambos são vinhos fortificados de origem portuguesa. Simplificando, os dois caracterizam-se pela riqueza em álcool e pelo teor em açúcar. São o resultado de uma fermentação alcoólica parcial, interrompida pela adição de aguardente vínica de alta qualidade. Mas e o que os diferencia?
A origem
As uvas utilizadas no vinho do Porto são cultivadas no Vale do Douro, e os vinhos são envelhecidos na cidade do Porto e arredores. Já o Madeira é um vinho originário da ilha portuguesa de mesmo nome, que fica além da costa do Marrocos, a 1.100 km da costa portuguesa e a 600 km da costa africana.
As cepas
As principais uvas utilizadas para a produção de vinho do Porto são Touriga, Bastardo, Mourisca, Sousão, Tinta Cão, Tinta Francisca e as brancas Malvásia, Verdelho e Rabigato. E as castas mais presentes no vinho Madeira são Malvasia, Bual, Verdelho, Sercial, Malmsey, Tinta Negra Mole, Terrantez e a Bastardo.
A concentração de açúcar
A concentração de açúcar destes vinhos também é diferente. Um Madeira pode variar de menos de 49,1g/litro (extrasseco) até mais de 96,1g/litro (doce), enquanto a variação do Porto é maior, indo de menos de 40g/litro (extrasseco) até mais de 130g/litro (muito doce). No entanto, a maior parte dos vinhos do Porto são doces, com concentração de açúcar entre 90 e 130g/litro, alta em comparação ao Madeira.
As diferentes concentrações de açúcar são resultado de diferentes momentos de interrupção da fermentação alcoólica pela adição de aguardente: permitir maior tempo de fermentação resulta em vinhos mais secos; interromper o processo de fermentação por meio da aguardente mais cedo, produz vinhos mais doces.
O envelhecimento
O Vinho do Porto se divide em dois "mundos": envelhecimento em carvalho e em garrafa.
Os Portos Tawny, envelhecidos e conservados em barris de carvalho por longos períodos, são engarrafados somente quando estão prontos para serem consumidos. A perda por evaporação que ocorre no envelhecimento em madeira pode chegar a 2% ao ano. Isso significa maior concentração de ácidos e de açúcar.
Mas também existem os vinhos do porto que vão envelhecer em garrafas, que são os Portos Safrados, engarrafados quando jovens, quando ainda têm necessidade de tempo para suavizar seus taninos e adstringência.
O envelhecimento do vinho Madeira dá-se por um processo de maturação que utiliza calor, numa tentativa de simulação das condições a que esses vinhos eram submetidos nas suas longas travessias oceânicas até as Índias, quando atravessavam duas vezes a linha do Equador. E esse calor também é obtido de duas formas diferentes.
O vinho Madeira pode ser colocado em cubas de aço inox, e aquecido a 45 ou 50°C, sendo mantido a esta temperatura através de um sistema de permuta com água quente, durante um período nunca inferior a 3 meses.
Os vinhos Madeira de qualidade superior são envelhecidos por um processo de maturação conhecido como “canteiro”, no qual empilham-se os cascos de madeira na parte superior dos armazéns, muito próximos ao telhado e, portanto, com pouco isolamento, para que possam usufruir do calor que ali se acumula. O clima subtropical da ilha da Madeira é o ideal para este tipo de processo de maturação.
Vinhos Verdes
Em primeiro lugar: Vinho Verde não é verde. Vinho Verde pode ser tinto, branco, rosé ou espumante. Vinho Verde é um dos tipos de vinho absolutamente singulares de Portugal.
O nome “Verde” descreve seu estilo fresco, em oposição a maduro, ou a envelhecido. Ou seja, o termo “Verde” não está relacionado à sua cor, que é quase branco-água ou vermelha (mais vendido em Portugal). Ele tem esse nome porque as uvas têm elevado teor de acidez, resultando em vinhos que parecem ter sido feitos com uvas colhidas antes da hora, ou seja, “verdes”.
Outra versão para o nome Vinho Verde, mais difundida pelo próprios produtores, é que o nome deve-se pelo fato da região ser verde, ou seja, o Vinho Verde vem de uma região de paisagens lindas e verdes, que é a província do Minho, ao norte do país, com clima úmido e alto índice pluviométrico.
Os Vinhos Verdes, de baixo teor alcóolico e definitivamente ácidos, são resultado de vinhas extremamente vigorosas, com ácido málico extraordinariamente alto e níveis de açúcar natural da uva relativamente baixos. Essa acidez característica produz um efeito na língua que é chamado, pelos patrícios, de “agulha”.
Apesar de a maioria do Vinho Verde branco ser feito de uma mistura de uvas, alguns dos melhores são feitos exclusivamente de uva Alvarinho (Albariño na Espanha), cultivadas ao redor de Monção. Alvarinho é tida como a uva mais nobre da região ao norte de Portugal, gerando um dos poucos vinhos portugueses conhecidos pelo nome da casta, o que já diz muito.
Vale ainda salientar que algumas vinícolas têm produzido monovarietais de Azal, Loureiro, Avesso e Arinto, ricos em tipicidade, que estão dividindo fama com o já consagrado Alvarinho. Os Vinhos Verdes tintos, por sua vez, são feitos com Vinhão.
Para quem ainda pensa nos Vinhos Verdes como cheios de gás carbônico, elevado teor de açúcar residual e grande acidez, Vinho Verde é mais do que isso, e algumas mudanças vêm acontecendo lentamente nos últimos anos. Enólogos mais ousados têm feito vinificações com a intenção de compor lotes mais complexos e ricos em aromas. E todos são sempre bastante frescos e alegres.
Os entusiastas dos vinhos leves, ligeiros e refrescantes devem procurar pelos vinhos do norte do Minho, lar do Vinho Verde.
Experimente harmonizar com a culinária simples, de sabores não muito adornados, como frutos do mar, como ostras e mexilhões, legumes crus ou cozidos, peixe grelhado e frito, carnes de porco.