quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Remhoogte Pinotage 2010

Falar de vinhos da África do Sul é falar da cidade do Cabo, o famoso Cabo da Boa Esperança, dos idos de 1500... Ali, há séculos, misturaram-se Ocidente e Oriente. Ali, nesse século misturou-se a Pinot Noir e a Hermitage e nasceu a Pinotage. A uva quer personifica o vinho Sulafricano. E a região de Stellenbosh, ali no Cabo, expressa como ninguém a força desta casta. Tim-Tim!


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Porto x Madeira

Ambos são vinhos fortificados de origem portuguesa. Simplificando, os dois caracterizam-se pela riqueza em álcool e pelo teor em açúcar. São o resultado de uma fermentação alcoólica parcial, interrompida pela adição de aguardente vínica de alta qualidade. Mas e o que os diferencia?

 A origem

As uvas utilizadas no vinho do Porto são cultivadas no Vale do Douro, e os vinhos são envelhecidos na cidade do Porto e arredores. Já o Madeira é um vinho originário da ilha portuguesa de mesmo nome, que fica além da costa do Marrocos, a 1.100 km da costa portuguesa e a 600 km da costa africana.

 As cepas

As principais uvas utilizadas para a produção de vinho do Porto são Touriga, Bastardo, Mourisca, Sousão, Tinta Cão, Tinta Francisca e as brancas Malvásia, Verdelho e Rabigato. E as castas mais presentes no vinho Madeira são Malvasia, Bual, Verdelho, Sercial, Malmsey, Tinta Negra Mole, Terrantez e a Bastardo.

 A concentração de açúcar

A concentração de açúcar destes vinhos também é diferente. Um Madeira pode variar de menos de 49,1g/litro (extrasseco) até mais de 96,1g/litro (doce), enquanto a variação do Porto é maior, indo de menos de 40g/litro (extrasseco) até mais de 130g/litro (muito doce). No entanto, a maior parte dos vinhos do Porto são doces, com concentração de açúcar entre 90 e 130g/litro, alta em comparação ao Madeira.

As diferentes concentrações de açúcar são resultado de diferentes momentos de interrupção da fermentação alcoólica pela adição de aguardente: permitir maior tempo de fermentação resulta em vinhos mais secos; interromper o processo de fermentação por meio da aguardente mais cedo, produz vinhos mais doces.

 O envelhecimento

O Vinho do Porto se divide em dois "mundos": envelhecimento em carvalho e em garrafa.

Os Portos Tawny, envelhecidos e conservados em barris de carvalho por longos períodos, são engarrafados somente quando estão prontos para serem consumidos. A perda por evaporação que ocorre no envelhecimento em madeira pode chegar a 2% ao ano. Isso significa maior concentração de ácidos e de açúcar.

Mas também existem os vinhos do porto que vão envelhecer em garrafas, que são os Portos Safrados, engarrafados quando jovens, quando ainda têm necessidade de tempo para suavizar seus taninos e adstringência.

O envelhecimento do vinho Madeira dá-se por um processo de maturação que utiliza calor, numa tentativa de simulação das condições a que esses vinhos eram submetidos nas suas longas travessias oceânicas até as Índias, quando atravessavam duas vezes a linha do Equador. E esse calor também é obtido de duas formas diferentes.

O vinho Madeira pode ser colocado em cubas de aço inox, e aquecido a 45 ou 50°C, sendo mantido a esta temperatura através de um sistema de permuta com água quente, durante um período nunca inferior a 3 meses.

Os vinhos Madeira de qualidade superior são envelhecidos por um processo de maturação conhecido como “canteiro”, no qual empilham-se os cascos de madeira na parte superior dos armazéns, muito próximos ao telhado e, portanto, com pouco isolamento, para que possam usufruir do calor que ali se acumula. O clima subtropical da ilha da Madeira é o ideal para este tipo de processo de maturação.

Vinhos Verdes

Em primeiro lugar: Vinho Verde não é verde. Vinho Verde pode ser tinto, branco, rosé ou espumante. Vinho Verde é um dos tipos de vinho absolutamente singulares de Portugal.

O nome “Verde” descreve seu estilo fresco, em oposição a maduro, ou a envelhecido. Ou seja, o termo “Verde” não está relacionado à sua cor, que é quase branco-água ou vermelha (mais vendido em Portugal). Ele tem esse nome porque as uvas têm elevado teor de acidez, resultando em vinhos que parecem ter sido feitos com uvas colhidas antes da hora, ou seja, “verdes”.

Outra versão para o nome Vinho Verde, mais difundida pelo próprios produtores, é que o nome deve-se pelo fato da região ser verde, ou seja, o Vinho Verde vem de uma região de paisagens lindas e verdes, que é a província do Minho, ao norte do país, com clima úmido e alto índice pluviométrico.

Os Vinhos Verdes, de baixo teor alcóolico e definitivamente ácidos, são resultado de vinhas extremamente vigorosas, com ácido málico extraordinariamente alto e níveis de açúcar natural da uva relativamente baixos. Essa acidez característica produz um efeito na língua que é chamado, pelos patrícios, de “agulha”. 

Apesar de a maioria do Vinho Verde branco ser feito de uma mistura de uvas, alguns dos melhores são feitos exclusivamente de uva Alvarinho (Albariño na Espanha), cultivadas ao redor de Monção. Alvarinho é tida como a uva mais nobre da região ao norte de Portugal, gerando um dos poucos vinhos portugueses conhecidos pelo nome da casta, o que já diz muito.

Vale ainda salientar que algumas vinícolas têm produzido monovarietais de Azal, Loureiro, Avesso e Arinto, ricos em tipicidade, que estão dividindo fama com o já consagrado Alvarinho. Os Vinhos Verdes tintos, por sua vez, são feitos com Vinhão.

Para quem ainda pensa nos Vinhos Verdes como cheios de gás carbônico, elevado teor de açúcar residual e grande acidez, Vinho Verde é mais do que isso, e algumas mudanças vêm acontecendo lentamente nos últimos anos. Enólogos mais ousados têm feito vinificações com a intenção de compor lotes mais complexos e ricos em aromas. E todos são sempre bastante frescos e alegres.

Os entusiastas dos vinhos leves, ligeiros e refrescantes devem procurar pelos vinhos do norte do Minho, lar do Vinho Verde.

Experimente harmonizar com a culinária simples, de sabores não muito adornados, como frutos do mar, como ostras e mexilhões, legumes crus ou cozidos, peixe grelhado e frito, carnes de porco.


Alentejo

Esse é um dos nomes mais emblemáticos dos vinhos portugueses, e um dos mais importantes no cenário da produção mundial de vinho.

A denominação de origem Alentejo conta com sub-regiões, espalhadas na imensidão de planícies onduladas. As que mais personificam a identidade alentejana, com maior equilíbrio entre frescura e fruta, são:
 Borba, com pouco Sol e muita chuva, oferece vihos frescos e elegantes, muito harmônicos.
 Évora, de clima quente e seco, produz alguns dos mais prestigiados vinhos da região.
 Redondo, delimitada pela Serra d’Ossa, é responsável por vinhos equilibrados muito típicos do Alentejo.
 Reguengos, onde vinhas velhas oferecem prestigiados vinhos encorpados e poderosos, com boa capacidade de envelhecimento.
Para quem procura vinhos mais quentes e suaves, o Alentejo oferece:
 Granja-Amareleja, de clima árido e solo pobre, com vinhos suaves de teor alcoólico elevado, principalmente da casta Moreto.
 Moura, onde a amplitude térmica extrema é responsável por vinhos quentes e macios, principalmente produzidos com a Castelão.
  Vidigueira, de clima temperado, traz a rara variedade Tinta Grossa e excelentes brancos.
E, quando o assunto é distinção, não há motivo para sair de Alentejo: 
 Portalegre, a sub-região mais original de todas, diferente pelas altas altitudes, proporciona vinhos poderosos, complexos, frescos e elegantes.
Mas, apesar dessas diferenças entre as sub-divisões do Alentejo, existe um fator comum aos vinhos dessa grande planície: o farto e sedutor caráter frutado, a complexidade, e o corpo muito bem estruturado. Esses são, certamente, vinhos de qualidade ímpar.
No Alentejo, assim como em todo Portugal, encontramos uvas nativas que produzem vinhos de caráter único. As castas nativas mais utilizadas na produção dos vinhos do Alentejo são as brancas Antão Vaz, Arinto, Fernão Pires e Roupeiro, e as tintas Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Castelão, Touriga Nacional e Trincadeira. Cabernet Sauvignon e Syrah, internacionais, também aparecem nesses vinhos.
O Alentejo é assim. Um lugar com vinhos incríveis. Um brinde a seu povo, extremamente acolhedor!

Vinhos Portugueses

Mundialmente famoso pelos fortificados Porto e Madeira, Portugal tem cada vez mais atraído a atenção, também, para seus excepcionais vinhos leves. Além dos refrescantes Vinhos Verdes, o país, que conta com 14 regiões vinícolas bem definidas, produz surpreendentes vinhos tintos secos, principalmente no norte, onde o clima não é tão quente. 

Desde a entrada do país na União Europeia, em 1986, novas áreas foram criadas, com mais regras e castas permitidas. Quem segue rigorosamente essas regras, pode ostentar os DOC, selos de Denominações de Origem Controlada, que são a segurança de autenticidade da qualidade e da representatividade de um terroir.

As vinícolas portuguesas estão aproveitando ao máximo a ampla gama de variedades locais à sua disposição; são mais de 250 uvas nativas, que produzem vinhos peculiares e deliciosos. Aliás, a maioria das uvas utilizadas na produção dos vinhos portugueses são variedades nativas de Portugal, daí o caráter único e tentador dos seus vinhos! Veja a seguir as principais uvas portuguesas:

 Castas tintas

Além daTouriga Nacional, considerada a alma dos vinhos portugueses, procure também pelas uvas BagaCastelãoTouriga Franca,Tinta Roriz e Trincadeira, entre outras.

Os vinhos leves que mais atraem a atenção talvez sejam os tintos finos e secos do vale do Douro, produzidos com as mesmas variedades do Porto, como Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca. Os tintos intrigantes, aromáticos e estruturados da região vizinha, o Dão, podem ser também muito bons. Procure pela caprichosa casta chamada Baga, muito importante na região do Dão, além de ser a responsável pelos melhores vinhos da região da Bairrada.

 Castas brancas

Portugal também oferece excelentes uvas brancas nativas, sendo as mais importantes aAlvarinhoArintoEncruzado eFernão Pires.

Os entusiastas dos brancos leves, ligeiros e refrescantes devem procurar pelos vinhos do norte do Minho, lar do Vinho Verde. Embora Portugal não seja conhecido por produzir grandes vinhos brancos, um deles, o Vinho Verde, sacia a sede, é refrescante e acessível. Seu nome deriva do fato de ser um vinho para ser bebido jovem, de preferência dentro do ano da colheita. Vinho Verde é um vinho floral, muito seco, ácido e leve, ligeiramente frisante.

Para os entusiastas dos vinhos fortificados, Portugal certamente é o paraíso. Ricos em álcool e em açúcar, o Porto e o Madeira são excelentes harmonizações para sobremesas. Conheça um pouco mais cada um deles a seguir:

 O Porto

Talvez você conheça a romântica imagem do Porto sendo elaborado por pessoas pisando as uvas, em grandes tanques de granito chamados lagares. Movimentos de marcha, durante duas horas de trabalho, são seguidos por horas de dança e diversão ao som de música, geralmente varando a noite.

Mas, desde a década de 90, lagares mecanizados e prensas automáticas vêm substituindo o trabalho humano na prensagem das uvas, apesar da pisa com os pés ainda ser mantida pelos produtores de Portos Vintage de alta qualidade, e por vinícolas menores e mais tradicionais.

O Porto é um vinho doce muito potente, mas que finaliza seco, devido à acidez, que estimula a salivação e limpa o paladar. É elaborado pela fermentação das uvas, seguida pela adição de destilado de álcool, que eleva o teor alcoólico para 20% por volume, matando o fermento e interrompendo a fermentação, antes de todo o açúcar ser transformado em álcool (por isso o vinho permanece doce).

A maioria dos vinhos do Porto é elaborada com uvas tintas, mas também são produzidos Portos brancos deliciosos, com uma aparência dourada, devido ao tempo de permanência nas barricas.

 O Madeira

O Madeira é um vinho fortificado, elaborado na ilha portuguesa de mesmo nome, localizada além da costa do Marrocos. A Ilha da Madeira fica a 1.100 km da costa portuguesa e a 600 km da costa africana.

A boa maturação das uvas da Ilha da Madeira deve-se à proximidade do mar, ao solo vulcânico, aos verões quentes e úmidos e aos invernos não muito intensos.

Esse é o único vinho que pode ser indefinidamente guardado depois de aberto, sem que perca seu caráter, devido ao processo de vinificação. O aquecimento em barricas abertas e de maneira contínua – em um processo conhecido como estufagem, carameliza os açúcares e oxida o vinho de maneira intencional, criando o sabor característico levemente picante. E o amadurecimento em carvalho resulta em aromas e sabores tostados e com considerável complexidade.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Château du Tertre 2004




Château du Tertre é uma vinícola da denominação Margaux, da região de Bordeaux, na França, na comuna de Arsac. Seu vinho foi classificado como um dos dezoito Cinquièmes Crus (Fifth Growth) na Classificação dos Vinhos de Bordeaux de 1855. Localizado na "tertre" (francês para "morro" ou "terra nascente" ), de onde tira o seu nome, as origens antigas do Château remontam a 1143. 

Margaux é uma denominação importante no distrito de Haut-Medoc, em Bordeaux, sudoeste da França. Localizado a 24 quilômetros ao norte da cidade de Bordeaux, a região de Margaux tem uma série de Chateaux de prestígio agrupados em torno dela. Estes incluem o Chateau Margaux, famoso Premiere Cru da região.


A denominação Margaux é, geograficamente falando, a maior do Médoc. Ele cobre as comunas (freguesias) de Margaux, Cantenac, Soussans, Arsac e Labarde, com parcelas específicas de terra permitida e proibida dentro de cada uma delas. As regras estipulam onde, quando e como os vinhos devem ser feitos a fim de ganhar o título AOC Margaux.


Loteamentos são de importância vital no Medoc, por causa do valor das uvas que lá crescem. A localização de um limite ou um pequeno riacho pode fazer a diferença para uma adega entre o relativo anonimato e fama mundial de longa duração. Em Saint- Julien, Saint- Estephe e Pauillac, as vinhas que pertencem a cada um dos chateaux são claramente divididas e consolidados em uma única zona. Em Margaux, este não é o caso. Até mesmo vinhas que pertencem à castelos mais ricos estão dispersos e misturadas com os de seus rivais. O resultado é que os efeitos do terroir são um pouco mais amplamente distribuído em Margaux - e, assim, diluída. Produtores aqui podem criar individualidade através de suas próprias práticas e escolha de variedades de uva de vinificação, em vez de confiar nas qualidades criadas pelo terroir.

Margaux é famosa por produzir vinhos bem-arredondados, delicadamente perfumados, predominantemente da uva Cabernet Sauvignon. Seus sabores distintos e perfil são frequentemente atribuídos aos solos locais. Em Margaux, os solos têm um alto teor de cascalho (Pauillac e Saint- Estephe têm um pouco mais de argila), o que leva a excelente drenagem e um baixo nível de nutrientes. As videiras crescem bem em solo pobre, livre de drenagem, quanto mais pobre o solo, mais profundo as vinhas devem ir para buscar de água e nutrientes. Isso as torna mais fortes fisicamente e também lhes permite refletir as características específicas dos solos mais profundos. A desvantagem é que os vinhos de Margaux podem parecer  muito leves e delicados.

As uvas permitidas para uso aqui são Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Carmenere, Petit Verdot e Malbec. Devem ser provenientes de vinhas plantadas para densidades de 6.500 a 10.000 plantas por hectare ( 2631 e 4048 por acre) , com técnicas de gerenciamento de videira especificados .

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Le Carillon de L'Angelus 2006




O Château Angelus se localiza na comuna de Saint Emilion, na região de Bordeaux, na margem direita do Gironde. Uma das mais famosas regiões produtoras de vinho do mundo.

O nome do Chêteau Angélus supostamente deriva de um vinhedo particular onde enólogos devotos podiam ouvir o sino do Angelus badalar de três igrejas da região: a da capela de Mazerat, a de Saint-Martin de Mazerat e a de Saint-Émilion. Para os católicos fervorosos, o Angelus faz parte do dia. Ele nada mais é do que três momentos de oração (6h, 12h e 18h) em memória da Anunciação de Maria pelo arcanjo Gabriel. Na antiguidade, o badalar dos sinos anunciando o Angelus era comum para alertar a população de que era hora para as preces em homenagem a Maria e até hoje esse costume é mantido por muitas igrejas. Não é à toa que os sinos estampam o rótulo dos vinhos.

A região de Saint-Émilion só foi classificada em 1955, 100 anos depois da famosa classificação de Bordeaux. Lá, não é a Cabertnet Sauvignon a grande estrela, mas a Merlot e a Cabernet Franc que dividem a atenção. O Angelus era classificado como Grand cru classe até 1996, quando passou a Premier grand cru classé (B), atingindo o ápice em 2012 quando o Château foi promovido a Premier grand cru classé (A) – Como curiosidade este foi o vinho bebibo pelo ator Daniel Craig no filme James Bond - Casino Royale.


Além do Château Angélus, a propriedade produz ainda um segundo vinho, Le Carillon de Angelus, classificado como Saint Emilion Grand Cru, elaborado de vinhas mais jovens.

1- Château Angelus (Premier Wine): 50% Merlot, 47% Cabernet Franc e 3% Cabernet Sauvignon. Amadurecimento de 22 meses em barris novos de carvalho. 

2- Carillon d'Angelus (Second Wine): 50% Merlot, 47% Cabernet Franc e 3% Cabernet Sauvignon. Amadurecimento de 22 meses em barris novos de carvalho. Vinhas mais jovens, originando vinhos menos potentes e menos concentrados.