segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Espumante x Frisante

Apesar da popularidade cada vez maior dos vinhos espumantes entre os brasileiros, a confusão ainda é grande. E uma das maiores confusões acontece entre os termos espumante e frisante.

Afinal, qual a diferença?

Primeiro vamos às semelhanças. Ambos, espumante e frisante, têm gás carbônico. Bolhas, borbulhas, chame como preferir. E ambos passam por processo de fermentação alcoólica, como qualquer vinho. É quando o açúcar das uvas transforma-se em álcool.

Agora vamos às diferenças...

  fermentação

Os vinhos espumantes passam por um segundo processo de fermentação, que pode acontecer em tonéis de aço (processo charmat) ou na própria garrafa (método tradicional, clássico, ou champenoise). Essa segunda fermentação produz gás carbônico de maneira natural, que, aprisionado na garrafa, torna o vinho espumante.

Já os vinhos frisantes não passam, necessariamente, por essa segunda fermentação, e a introdução de gás carbônico pode ocorrer no mesmo momento da fermentação alcóolica, geralmente de maneira artificial.

  pressão

Como os frisantes são menos gaseificados, tendo, via de regra, metade do gás carbônico dos espumantes, sua pressão também é menor. Enquanto os frisantes tem pressão de 1 a 2 atmosferas (ou seja, a pressão dentro da garrafa é uma a duas vezes maior do que fora), os espumantes tem pressão de 4 a 6 atmosferas. Ou seja, a principal diferença entre eles é que o vinho frisante tem menos espuma que um vinho espumante.

  teor alcóolico

A quantidade de álcool normalmente é menor nos frisantes, por volta de 7%, enquanto um espumante varia de 9,5 a 10%.

  denominações

Champagne é, sem dúvida, o espumante mais famoso do mundo. Os únicos espumantes que podem utilizar essa denominação em seus rótulos são aqueles produzidos na região de Champagne, na França, sob condições específicas (tipos de cepa, método de produção...). Mas existem outras denominações também famosas: a Espanha produz Cava, a Itália produz o Prosseco... sem falar nos espumantes brasileiros, cada vez mais reconhecidos, premiados e apreciados.

Já o vinho frisante mais conhecido é o Lambrusco, proveniente da Itália.

Outra informação que muita gente desconhece é que existe uma escala bem definida para suavidade e doçura, e que pode ser muito útil na compra do seu próximo espumante:

 Brut nature: de 0 a 3 gramas de açúcar residual por litro, sem adição de licor de expedição

 Extra brut: com menos de 6 gramas de açúcar por litro

 Brut: de 6 a 15 gramas de açúcar por litro

 Extrasseco: de 12 a 20 gramas de açúcar por litro

 Seco: de 17 a 35 gramas de açúcar por litro

 Semisseco ou demi-sec: de 35 a 50 gramas de açúcar por litro

 Docedulce ou doux: mais de 50 gramas de açúcar por litro

sábado, 28 de dezembro de 2013

Château des Grandes Vignes Sauvignon Blanc

Muito falamos dos vinhos tintos, mas nem sempre valorizamos como deveríamos os brancos. A casta Sauvignon Blanc (Selvagem Branca) é originária da região de Bordeaux, e, curiosamente, do seu cruzamento com a Cabernet Franc, originou a famosa e difundida mundialmente Cabernet Sauvignon. Além de Bordeaux, a SB produz excelentes vinhos em outras regiões da França, como o Vale do Loire, e ficou famosa também na Califórnia e na Nova Zelândia. Ótimos vinhos refrescantes para o calor. Tim-Tim...


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Vinho do Padre

Fundamental para o sacramento da eucaristia, o vinho está profundamente ligado à história do Cristianismo. Mas como será o vinho consumido pelos padres na celebração das missas?

Também chamado de vinho sacramental, ou vinho canônico, o vinho utilizado na consagração representa o sangue de Jesus, enquanto o pão representa o corpo de Cristo, no fenômeno da transubstanciação.

Para esse ritual, o mais comum é uma produção de vinho específica, que segue rígidas instruções do Vaticano. Muitas vinícolas ao redor do mundo dedicam-se à produção exclusiva de vinhos para missa.

Mas o uso de vinho “de mercado” também é permitido pela Igreja Católica, desde que a bebida escolhida atenda às condições necessárias para a validade do sacramento, sendo um vinho 100% de uva, sem adição de outras substâncias, respeitando o limite de 18° de graduação alcoólica...

A escolha de um vinho válido e lícito, para uso no altar, é uma atribuição muito séria. A forma mais segura e recomendada ao pároco, para obter o vinho adequado, é comprá-lo diretamente de um fabricante que entenda e respeite a grande responsabilidade envolvida na celebração do Santo Sacrifício.

Pode ser surpreendente, mas o vinho que representa o sangue de Cristo não precisa ser, necessariamente, vinho tinto, principalmente no catolicismo ocidental! Isso mesmo! O mais popular vinho de missa consumido no Brasil, por exemplo, é um rosado. Já os padres europeus, inclusive em Roma, dão preferência ao vinho branco, para evitar manchas nos tecidos do altar e em suas vestimentas.

Com adição de álcool etílico de uva durante a fermentação, assim como ocorre nos vinhos fortificados, o vinho canônico costuma ser licoroso e doce, podendo ser conservado por bastante tempo, já que o consumo de suas garrafas é lento, com uma quantidade bem pequena consumida a cada missa celebrada.

As variedades de uvas utilizadas no processo de fabricação dos vinhos de altar podem ser de Vitis Vinifera ou híbridas americanas. No Brasil, as mais comuns costumam ser Moscato, Saint-Emilion e Isabel, tendo como resultado um vinho rosado com cerca de 16% de graduação alcoólica.

Certamente não é uma bebida que agradaria ao paladar de muitos apreciadores de vinho. Mesmo assim, cerca de 20% da produção brasileira de vinhos canônicos não é absorvida pela Igreja, e, sim, por consumidores que apreciam este tipo de vinho mais doce.

Mas é possível encontrar, sim, bons exemplares de vinhos canônicos, com aroma e sabor intensos. Uma dica é procurar aqueles da Toscana.

Amém!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Monte Garbi Valpolicella Superiore Ripasso 2008

Nas décadas de 1970 e 80, produtores desenvolveram uma nova técnica na produção de Valpolicella. O nome “Ripasso” refere-se ao processo específico utilizado para a produção do Valpolicella Ripasso. O método Ripasso é uma técnica que é feita pelo “ripasso” repassagem da pele das uvas utilizadas na produção do vinho Amarone de Valpolicella ou Recioto, produzido a partir das uvas Corvina, Molinara, Rondinella e Corvinone.

Neste contexto inclui a produção do Valpolicella Ripasso, que recentemente ingressou na lista de vinhos DOC, oferecida por esta terra extraordinária para a viticultura. Desde março de 2010, podem se orgulhar de vinhos DOC Valpolicella Ripasso em diferentes tipos e especificações: Valpolicella Classico Superiore Ripasso, Ripasso Valpolicella, Valpolicella Ripasso, Valpolicella Ripasso Valpentana e Superior.

As uvas utilizadas são as mesmas que passaram pela vinificação do Amarone ou Recioto, onde o termo “ripasso” é para ser entendido no seu sentido literal: depois de ter sido utilizado para a produção de vinhos de Amarone ou Recioto, as uvas prensadas, ou seja, as peles são adicionadas a cuba do Valpolicella recém fermentado, durante um período de 10-15 dias, refermentando com as leveduras e açúcares residuais. Esta fermentação torna o vinho com mais cor, tanino, sabor e estrutura, ao final você tem um vinho de elevada qualidade, de grande corpo e de teor moderado de álcool.

Caracteriza-se em maior longevidade e estrutura se comparados ao Valpolicella, por um álcool superior, uma curvatura maior, a partir de mais extratos e substâncias fenólicas. De Cor rubi com granada, oferece um Aroma de frutas levemente etéreo e rosa com notas de baunilha, um gosto refinado, harmonioso, seco e aveludado.

Devido às suas características e boa acidez , pode acompanhar pratos de inverno, pratos principais, e de uma forma geral carnes vermelhas e queijos maduros.

Talvez erradamente considerado o “irmão mais novo” do “Amarone”, o Valpolicella Ripasso tem visto nos últimos anos, um aumento exponencial na popularidade entre os consumidores. Isso seria por causa de sua alta relação qualidade / preço e, em parte, a um fenômeno de “moda” que foi gerada em torno de um nome e do charme de um vinho que agrada aos jovens. No mercado internacional a demanda por “Valpolicella Ripasso” tem obtido sucesso e possibilitou um novo entusiasmo para o vinho de Verona.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Tipos de Espumantes

Asti e as borbulhas do Piemonte:


Localizada no sudeste do Piemonte, a região é conhecida pelos vinhos doces, principalmente o Moscato D'Asti, seu principal ícone. Produzidos por um método parecido com charmat, ganharam status de DOCG a partir de 1994 e, desde então, vêm crescendo em qualidade.

Brasil também é de espumante:

Apesar de não haver denominação específica para os espumantes brasileiros, os nossos despontam em qualidade e vêm ganhando mais reconhecimento a cada dia. Não só a Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, mas também o Santa Catarina e Pernambuco produzem belos exemplares nacionais.

Cava, o espanhol para todas as horas:

O estilo espanhol de espumante, feito pelo método tradicional, o mesmo do Champagne, nasceu e se delimitou à região da Catalunha. Ele privilegia uvas diferentes, com as quais não estamos acostumados, como a Macabeo, Parellada, Xarel-lo, mas também permite a Chardonnay.

Aromas de leveduras e brioche indicam o método utilizado para sua produção, porém, nesse caso, com menor intensidade. Como a maioria dos vinhos da Catalunha, sobressaem as frutas, principalmente as amarelas.

Versáteis de nascença, estão presentes na maioria dos momentos à mesa espanhola.


Champagne, um espumante que dispensa apresentações:

De tão conhecido, acaba dando nome, muitas vezes, a todos os tipos de espumante. Consegue lembrar quantas vezes já falou em beber um Champagne sem ao menos estar com um autêntico na taça?

Acontece que apenas os produzidos na região que lhe emprestou o nome. Todo Champagne é um espumante, mas o inverso nem sempre é verdade.

Chardonnay, a principal uva, não é a única permitida. Ao lado da variedade, estão Pinot Noir e Pinot Meunier. O estilo mais clássico resultado do corte 50% Chardonnay, 50% Pinot Noir. Os 100% Chardonnay recebem a denominação "Blanc de Blancs", enquanto que os sem Chardonnay, "Blanc de Noir".

Brioche, leveduras, pão tostado e frutas amarelas - é isso o que deve encontrar na taça! As frutas, normalmente, são mais discretas, mas estarão lá em algum lugar. Já o brioche é a sua marca registrada.


Prosecco, o italiano que não falta a casamentos:

Mais baratos que os tradicionalíssimos Champagnes, os Proseccos são o que se pode chamar de carro-chefe dos espumantes italianos, que brinda - e consagra - praticamente todas as uniões matrimoniais. Produzido na região de Prosecco, possui DOC e DOCG. Sua principal uva? A Glera, mas que é também conhecida pelo nome do vinho.

Nota-se a diferença logo ao servir na taça. E sabe por quê? Não bastasse a cor, que puxa mais para o avelã, a filtragem e engarrafamento sob pressão, pelo qual passa o espumante produzido pelo método charmat, suas bolhas são grandes e menos delicadas (porém, jamais deselegantes!).

Com aromas cítricos, lembrando também maçã verde, flores e amêndoas, surpreende o palato com nozes, amêndoas e frutas maduras.


Sekt, o espumante alemão:

Feitos pelo método tradicional, principalmente com as variedades nacionais Riesling, Weissburgunder (nome alemão para Pinot Blanc) e Rülander (Pinot Grigio), são muito aromáticos e têm alta acidez e "picância", característica marcante dos vinhos alemães.


Classificação:


Frisante: o frisante é quase um vinho tranquilo, pois não tem quantidade suficiente de gás carbônico para ser considerado um espumante. Podem ser doces ou secos e geralmente são mais leves e suaves que os espumantes, pois possuem, literalmente, menos bolhas (perlage).


Brut (menos de 16 g/L): é literalmente o espumante seco. Dele, não se espera muita doçura, mas frescor e potência (leia-se acidez). Trazem frutas e leveduras e são muito versáteis para harmonizar.


Demi-Sec (de 33 g/L a 50 g/L): é o espumante meio seco. Suas frutas são mais maduras que na versão brut, mas não tem tanto açúcar residual quanto nos espumantes doces. São uma ótima opção para quem ainda não está acostumado com os vinhos secos ou para quem gosta de doces não tão doces.


Doce (mais de 50 g/L): como vinhos de sobremesa, são os espumantes com açúcar residual perceptível (ou seja, doçura). É o tipo de espumante que agrada a qualquer paladar, escolha perfeita para doces e receitas que levam frutas (muita gente, inclusive, gosta de jogar a bebida sobre saladas de frutas, manjares e outras sobremesas leves).

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Embocadero


Auguste Bessac Côtes du Rhône 2010


Scaia Chardonnay 2012


Romance 2012 Côtes de Provence


Fratelli Dogliani Dolcetto D'Alba 2011


Vila Vita 2012


Carlos Reynold Colheita 2009


Quinta da Fronteira 2008


Old Friends Ruby Porto Cálem


domingo, 17 de novembro de 2013

Harmonização

Uma regra importante para combinar pratos e vinhos é casar pesos semelhantes, ou seja: se o prato for encorpado (sabores marcantes) o vinho para acompanhar deve ser marcante, para que um sabor não encubra o outro. É importante conhecer bem a estrutura do prato, como acidez, doçura, intensidade, temperos e também os aromas e intensidade dos vinhos para combiná-los.

Contraste e similaridade

Acidez  + acidez: para um prato ácido (peixes ou frutos do mar) o ideal é um vinho igualmente ácido ou mais ácido que o prato. Um bom exemplo é um Sauvignon Blanc. Cuidado com saladas e seus temperos pois o teor de acidez desta pode inviabilizar qualquer vinho para harmonização.
Doce + doce: uma sobremesa pede um vinho docinho. Um musse de chocolate é mais untuoso e apresenta acidez, nesse caso o vinho além de ser doce deverá apresentar acidez. Geralmente é indicado que a doçura do vinho seja maior que a doçura da sobremesa. Como exemplos podem ser os tipo "porto", late harvest, tipo "asti" e espumantes demi-sec.
Acidez + gordura: pratos ricos em gordura proporcionam a sensação de envolver toda a boca, então o vinho para acompanhar deverá ser ácido para permitir a sensação de limpeza da boca (quebrar a gordura).  Como exemplos podem ser tannat e cabernet sauvignon.
Doce + salgado: pratos muito salgados podem compatilizar com vinhos doces. Como exemplo clássico de queijo roqueford com vinhos brancos de sobremesa. Quantidade de sal e açúcar devem ser equivalentes.
Taninos: são polifenóis (elementos químicos naturais) geralmente presente nos vinhos tintos, que proporcionam a sensação de boca seca ou amarrada. Podem ser ótimos elementos para combinações com prato, porém algumas vezes podem provocar sensações desagradáveis. 
Tanino + peixe: vinho tinto apresenta taninos e não combinam com peixes pois deixam na boca uma sensação metálica. Porém peixes untuosos e encorpados como o bacalhau ou o salmão harmonizam facilmente com vinhos com pouco taninos como é o caso dos gamay.
Tanino + carne bem passada:  esta combinação proporciona sensação de amargor indesejada. Carnes bem passadas harmonizam melhor com vinhos de média tanicidade como um merlot ou um pinot noir de média intensidade.
Tanino + sal: não se dão muito bem na boca, evite vinhos muito tânicos.
Na dúvida utilize a máxima: vinho branco com peixe, vinho tinto para carnes, vinho rosé com pratos de média estrutura, mas se quiser acertar de primeira e impressionar um convidado sirva espumante brut na refeição e um demi-sec ou moscatel na sobremesa. 
Fonte: Manual do Vinho, Vinho e Comida, Larousse do Vinho e SENAC (curso sommelier)


10 REGRAS DE OURO PARA HARMONIZAR COMIDA COM VINHO
1. Pratos salgados precisam de vinhos com acidez naturalmente alta
Não é coincidência o fato de o picante Xerez Fino ir bem com tapas e com amêndoas salgadas, peixe ouchorizos salgados, condimentados, por exemplo, porque essa combinação de antepastos e aperitivos evoluiu ao mesmo tempo na mesma parte do mundo. O sal na comida tem o efeito de neutralizar a acidez do vinho e permitir que os sabores subjacentes se apresentem - assim como o sal realça os sabores da comida. Por isso, é melhor escolher vinhos que tenham acidez naturalmente alta para combinar com pratos salgados. Com um queijo salgado, como o Roquefort, escolha vinhos de sobremesa com acidez realmente picante, como os do Vale do Loire.
Experimente: Pratos com anchova, como bagna caldaou pissaladière, com um Riesling australiano de Clare Valley; moules marinières com Muscadet ou Sancerre; salada de queijo feta com o Assyrtiko da Grécia; sopa de peixe tailandesa com um Pinot Grigio bem resfriado.
2. Peixes carnudos podem ser acompanhados por um tinto leve
Quem quer que tenha gravado na pedra que os vinhos brancos foram feitos para peixe e os vinhos tintos para carne deveria ficar a pão e água para todo o sempre! Apesar de ser verdade que os taninos do tinto podem criar um sabor metálico quando bebidos com peixe, existem peixes e peixes! Os tintos leves, frutados, com poucos taninos, podem muito bem acompanhar um peixe de textura densa, "carnuda", como o atum, o salmão ou o peixe-espada frescos, principalmente se o vinho for servido ligeiramente resfriado. Os peixes brancos, em contrapartida, costumam ter a textura leve e normalmente são servidos com molhos leves. Por isso precisam ser acompanhados por vinhos brancos delicados ou, se os sabores forem mais intensos, brancos mais frutados, aromáticos.
Experimente: Steak tartare de atum com um Spätburgunder; filé de salmão grelhado com um Chinon; filé de peixe-espada grelhado ou assado com um Pinot Noir de Carneros, Califórnia; tamboril frito envolto em presunto Parma com um Dolcetto do Piemonte, Itália, bem resfriado.
3. Comida oleosa requer acidez ou taninos
Algumas regras referentes a comida e vinho falam da companhia entre semelhantes - vinhos doces com pudins, por exemplo -, mas outras tratam da combinação dos opostos, e certamente este é o caso quando for escolher vinhos para complementar comidas oleosas. Os pratos oleosos provavelmente serão também fartos, às vezes cremosos, mas certamente com um grau de opulência pesada que precisa ser abrandada pelo vinho que você escolher como acompanhamento. Se decidir tomar um vinho branco, certifique-se de que tenha alto grau de acidez para passar pela gordura do prato e deixar um final limpo no palato. O tanino também pode realizar a mesma tarefa; se escolher um tinto para harmonizar com um prato gorduroso - fondue de queijo, por exemplo -, deverá ser bem tânico para evitar que pareça ralo.
Experimente: Salmão defumado com Sauvignon Blanc; escalope com molho Mornay com Chablis;
cassoulet com um robusto Shiraz do Barossa; frango à Kíev com um Roussanne californiano; ombro de cordeiro com Barolo ou Barbaresco; ganso assado com corte Cabernet-Merlot.
4. Pratos defumados se chocam com vinhos envelhecidos em carvalho
Defumados e carvalho são coisas boas demais para fazer uma boa combinação. Se entar juntar um vinho envelhecido em carvalho com uma carne ou um peixe defumados, você correrá o risco de sobrecarregar suas papilas gustativas com sabores bastante semelhantes, por isso elas não conseguirão reconhecer mais nada. Além disso, os pratos defumados têm, por definição, sabor forte, e os sabores fortes na comida precisam ser harmonizados com um vinho frutado, que refresque o paladar. Os vinhos envelhecidos em carvalho têm uma oleosidade e opulência que não ajudam. As uvas brancas fora das zonas de carvalho incluem Sauvignon Blanc, Riesling, Chenin Blanc e as Pinots Blanc e Gris (Pinot Grigio, na Itália). Para as carnes defumadas, escolha algo da categoria de tintos frutados: por mais suaves que sejam, os taninos podem juntar forças com os sabores defumados para criar um sabor "duro", amadeirado.
Experimente: Patê de cavala defumada com um Riesling de Clare Valley, da Austrália; salmão defumado com um Sauvignon Blanc francês ou, numa ocasião mais festiva, um espumante à base de Pinot Meunier; salada de frango defumado com um Fleurie resfriado; presunto defumado com um Barbera d`Asti.
5. Harmonize sabores densos, ricos, com vinhos desse mesmo tipo
Se você escolher um prato cremoso, experimente um vinho branco refrescante, que consiga atravessar a riqueza do prato e refrescar o paladar. Porém, os pratos ricos com mais peso e sabor mais intenso normalmente pedem vinhos cujo corpo e sabores têm a mesma energia. Se o vinho for muito leve, pode ser abafado pelos sabores e texturas da comida. Existem algumas combinações extravagantes já clássicas de comida e vinho branco nessa linha - foie gras e Sauternes e, menos freqüente nos dias de hoje, lagosta à Termidor com um Corton Charlemagne, famoso branco da Borgonha. Mas estamos falando principalmente de tintos densos, ricos, para acompanhar pratos substanciosos à base de carne, especialmente carne de caça ou vísceras, em que você precisa de um vinho com boa complexidade de sabor para concorrer em termos de igualdade.
Experimente: Fígado de frango frito com Monbazillac; traseiro de cervo assado com Pauillac; caçarola de caça com Châteauneuf-du-Pape; risoto de frutos do mar com Meursault ou Chardonnay da Nova Zelândia; torta de carneiro e purê de batatas com Cabernet Sauvignon do Vale do Napa.
6. Pratos condimentados precisam de vinhos refrescantes
Algumas pessoas acham que os pratos condimentados podem subjugar os estilos de vinho mais leves e preferem harmonizá-los com vinhos mais ricos ou até mais doces. Acho que os pratos da cozinha chinesa vão bem com brancos aromáticos, como os Rieslings alemães ou os Gewürztraminers da Alsácia, enquanto a cozinha mais condimentada do Oriente fica melhor se acompanhada por brancos secos, efrescantes, como um Sauvignon Blanc da Nova Zelândia ou um Pinot Grigio ou um Chablis. Esses vinhos ajudam a refrescar o palato. Não é fácil harmonizar curry com vinho. Existem alguns bons parceiros brancos para o curry mais leve, mais perfumado, mas tome cuidado ao pedir um tinto: a maioria dos curries costuma engolir a fruta do vinho tinto, por isso os taninos se tornam dominantes. Se a comida for muito condimentada, talvez seja melhor - somente desta vez - esquecer o vinho e ficar com água ou cerveja.
Experimente: Frango e filé com pimentões verdes e molho de feijão preto com Chablis; frango com castanha-de-caju com Albariño espanhol; porco chinês com Riesling alemão; curry tailandês com Gewürztraminer; frango indiano com Pinot Grigio.
7. Harmonize carnes brancas com brancos encorpados ou tintos leves
Os sabores das carnes brancas costumam ser, de modo geral, muito mais sutis do que os das carnes vermelhas; por isso, com os pratos à base de frango, porco e peru, em que a carne é assada, escaldada ou grelhada de maneira simples, em vez de ser muito temperada ou de ter um molho rico, os vinhos sutis vão muito bem, assim como os tintos leves. Porém, nos últimos anos, cresceu a tendência para usar brancos mais encorpados e mais opulentos, especialmente os vinhos frutados, envelhecidos em carvalho, do Novo Mundo. Esses brancos mais pesados também se mostraram bons parceiros para pratos de carne branca, provavelmente porque seus aromas complexos e opulência oleosa equilibram e harmonizam bem os sabores suaves da carne.
Experimente: Caçarola de frango ou escalope de peru com um Chardonnay australiano de Margaret River; lombo de porco com Châteauneuf-du-Pape branco; peito de frango com cogumelos com Pinot Noir da Nova Zelândia resfriado; perdiz assada com Barbera d`Asti.
8. Carnes vermelhas podem encarar taninos fortes
Para tortas ou costeletas de carneiro, eu escolheria um vinho frutado à base de Merlot, mas um cardápio mais pesado dá aos tintos encorpados uma oportunidade de brilhar. As comidas ricas em proteína suavizam o tanino do vinho tinto de forma que os sabores de fruta conseguem se apresentar mais facilmente. Por isso, as carnes vermelhas podem ser harmonizadas com tintos fortes, viris, com taninos firmes, sem que você precise se preocupar com o fato de a fruta do vinho ser abafada. O queijo também tem efeito semelhante sobre o vinho; os taninos são absorvidos e ele parece mais suave e fácil de saborear. Os vinhos tânicos mais austeros podem se tornar muito mais amistosos com a comida pela decantação; a temperatura também ajuda - sirva-os ligeiramente mais quentes do que o normal.
Experimente: Filé malpassado com Syrah da Côte-Rôtie; lingüiças condimentadas com Cahors; confit de pato com Barolo; queijo maturado Comté com Cabernet Sauvignon do Vale do Napa; kidney pie com Ribera del Duero espanhol; Pauillac ou Cabernet de Coonawarra vão bem com perna de carneiro.
9. Harmonize os vinhos com os molhos, não com o que está por baixo
A máxima "vinho tinto com carne vermelha, vinho branco com carnes leves" é um pouco enganosa: a maioria dos vinhos pode, de fato, ser servida com quase todas as carnes. Para fazer a harmonização perfeita, é bem mais provável que o molho tenha prioridade, com frango ou com carne vermelha. Frango com limão, por exemplo, vai bem com um Chablis da Borgonha, mas o mesmo vinho jamais combinaria comcoq au vin, que pede um tinto levemente tânico, frutado, sem carvalho. Da mesma maneira, um filé com pimenta precisa de um tinto com poucos taninos, de corpo médio, mas um goulash pode ser harmonizado com um branco frutado, maduro e encorpado. Com molhos à base de vinho, o vinho usado para fazer o prato costuma ser o melhor acompanhamento, o que facilita um pouco a vida.
Experimente: Boeuf bourguignon com Pinot Noir de Gevrey-Chambertin da Borgonha ou Cabernet-Merlot australiano; estrogonofe de carne com Brunello de Montalcino; caçarola de cervo com Syrah de Gigondas; pato com laranja com St-Èstephe ou Shiraz australiano do Vale Hunter.
10. Harmonize as sobremesas com seu peso em vinho
O peso e a doçura de um vinho de sobremesa precisam harmonizar com o peso e a doçura da sobremesa. É claro que isso é óbvio: você gostaria de beber o mesmo vinho com creme de framboesa e com um denso pudim de caramelo? Pode parecer improvável, mas é verdade que a intensidade da doçura de um pudim de caramelo pode ser realçada por um vinho de sobremesa realmente rico e doce; se tentar beber um vinho leve, perfumado, com o pudim, é fácil imaginar que os sabores de um iriam destruir os sabores do outro. Mas não se esqueça de que os vinhos espumantes também podem se harmonizar perfeitamente com as sobremesas de frutas do verão, especialmente as mais doces e meio secas. E que os morangos têm uma afinidade com os vinhos tintos e rosé, especialmente se o vinho também tiver sabores de morango. Experimente-os com um Beaujolais leve, um Zinfandel rosado, ou mesmo um Lambrusco tinto, doce e espumante.
Experimente: Pudim de caramelo com Tokaji "5 Puttonyos" húngaro; strudel de maçã com Bonnezeaux; brownie de chocolate com Maurey resfriado ou um Rutherglen Muscat; torta de pêra com Moscato d`Asti; manjar branco com um Beerenauslesealemão ou austríaco.

Vinhos da Nova Zelândia

Regiões

Nova Zelândia possui as seguintes regiões vinícolas:
Auckland
Canterbury
Central Otago
Gisborne
Hawkes Bay
Malrborough
Nelson
Northland
Waikato - Bay of Plenty
Wellington

Mapa vinícola da Nova Zelândia
Mapa vinícola da Nova Zelândia

O País

A Nova Zelândia é um país de contrastes, com floresta nativa densa, montanhas cobertas de neve e um litoral espetacular. Com regiões vinícolas em expansão ocupando latitudes de 36 a 45 graus numa extensão de 1600 km, as uvas crescem em uma ampla gama de microclimas e tipos de solo, produzindo uma grande variedade de estilos. A parcela equivalente dessa ocupação no hemisfério norte iria de Bordeaux (44-46º) até o sul da Espanha.
O Sauvignon Blanc da Nova Zelândia é reconhecido mundialmente como a referência definitiva para essa variedade. Cerca de 42% da área de vinhedos do país é de Sauvignon Blanc.
O reconhecimento crescente para os vinhos de Chardonnay, Pinot Noir, Espumantes por método tradicional, Riesling, cortes de Cabernet Sauvignon e Merlot têm contribuído para consolidar a posição do país como um produtor de vinhos de classe mundial.
A Nova Zelândia tem dez regiões vinícolas principais, cada uma apresentando grande diversidade de clima e solo. As diferenças de clima podem ser ilustradas pela variação da data da colheita de Chardonnay: enquanto nas regiões mais amenas e úmidas de Northland, Auckland e Gisborne a colheita deve começar em final de fevereiro ao início de março, em Central Otago os vinhedos de Chardonnay mais ao sul no mundo são colhidos a partir de meados de abril – uma diferença de 6 a 7 semanas.
Na Nova Zelândia operam atualmente 530 vinícolas (2005)
A exportação é de 57,8 milhões de litros (43,5% da produção)
O consumo no país é de 12,1 litros per capita - (9,9 em 1996)
Dados de Produção da Nova Zelândia
Área de Vinhedos:22.616,00 hectares
Produção de Vinhos de Mesa:133.000 mil litros

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A Famosa Uva Monastrell


cachos da uva monastrell
Muito pouco se fala sobre a uva Monastrell, presente em diversos locais do mundo, mas é na Espanha, especificamente na região de Yecla, que essa uva se destaca, sendo a 2ª uva mais comercializada no país seguida apenas da uva Tempranillo.
Na França, essa uva também é bastante presente, porém tem outro nome: Mourvédre.
A variedade da uva Monastrell é de origem espanhola tinta, muito doce e produtiva, disseminada por todo o literal Mediterrâneo.
Os cachos são bastante compactos e nascem a partir do terceito gomo (botão). As uvas são esféricas e de tamanho médio com coloração azul-negor, pele grossa, com bastante pruina e rica em antocianos. A polpa e macia e baixa tanicidade. É uma variedade bem rústica e resistente a seca, necessitando de boa ensolação e bastante resistente a filoxera. Produz vinhos de cor intensa e notável graduação.
a colheita da uva
Os vinhos do D.O Jumilla são geralmente elaborados com a variedade da uva Monastrell. A partir da década de 90, a uva Monastrell vem produzindo vinhos elegantes e bastante pontuados como o E Pio Tinto.

Vinhos Americanos

Quando os primeiros nórdicos aportaram na América do Norte, chamaram-na Vinland, ou Terra das Vinhas. Verdade seja dita, as videiras encontradas não eram da espécie Vitis Vinifera, e, sim, variedades de outras espécies, consideradas “selvagens”. Mas talvez isso já fosse um prenúncio, de como esse país tornaria-se importante no cenário mundial dos vinhos.

O sistema americano de denominação, AVA (American Viticultural Area) é bem distinto da maioria dos sistemas, principalmente dos europeus. Menos restritivo quanto aos métodos de produção ou à variedade da uva, mas mantendo o foco no conceito de terroir, ele garante apenas que a maioria das uvas utilizadas na produção do vinho sejam da região indicada no rótulo.

Falando em região, a costa do Pacífico concentra a produção americana de vinho, principalmente na Califórnia, mas também nos estados de Washington e Oregon. Contudo, outras áreas vêm, pouco a pouco, também construindo suas próprias reputações, com uma produção que cresce rapidamente.

 Califórnia

Quando falamos em vinho americano, quase já deduzimos que seja da Califórnia. Isso porque cerca de 90% do vinho dos Estados Unidos são californianos. E o enoturismo é um dos grandes motivos de viagens para a Califórnia, assim como a Disneylândia e Hollywood.

É impossível falar dos vinhos da Califórnia sem citar uma extraordinária degustação às cegas realizada em Paris em 1976, quando vinhos californianos venceram os melhores vinhos de Bordeaux.

O que mais chama a atenção nos vinhos californianos, além da qualidade, é a diversidade. Cabernet Sauvignon, em vinhos varietais ou em corte bordalês, Chardonnay, Merlot, Pinot Noir, Syrah... assim é a Califórnia. Mas, a “especialidade da casa” é, sem dúvida, a Zinfandel, em vinhos de diferentes estilos, dos tintos frutados e concentrados, aos mais leves, passando pelos rosés, chamados de Blush, ou White Zinfandel (mesmo sem serem brancos).

Duas denominações se destacam entre os vinhos da Califórnia: o pequeno Vale do Napa, gigante em notoriedade, sendo a primeira AVA oficialmente reconhecida, com complexos Cabernet Sauvignons, e o Vale do Sonoma, famoso pelos Chardonnays.

 Oregon

Sucesso recente no mundo dos vinhos, o estado do Oregon vem surpreendendo com vinhos produzidos, principalmente, à base de Pinot Noir e de Pinot Gris.

 Washington

Preste atenção nos vinhos do estado de Washington, como têm feito alguns grandes especialistas deste mercado, principalmente quando o assunto é Riesling. O estado está se tornando um ícone de vinhos premium.

Garota eu vou pra Califórnia...