quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Château du Tertre 2004




Château du Tertre é uma vinícola da denominação Margaux, da região de Bordeaux, na França, na comuna de Arsac. Seu vinho foi classificado como um dos dezoito Cinquièmes Crus (Fifth Growth) na Classificação dos Vinhos de Bordeaux de 1855. Localizado na "tertre" (francês para "morro" ou "terra nascente" ), de onde tira o seu nome, as origens antigas do Château remontam a 1143. 

Margaux é uma denominação importante no distrito de Haut-Medoc, em Bordeaux, sudoeste da França. Localizado a 24 quilômetros ao norte da cidade de Bordeaux, a região de Margaux tem uma série de Chateaux de prestígio agrupados em torno dela. Estes incluem o Chateau Margaux, famoso Premiere Cru da região.


A denominação Margaux é, geograficamente falando, a maior do Médoc. Ele cobre as comunas (freguesias) de Margaux, Cantenac, Soussans, Arsac e Labarde, com parcelas específicas de terra permitida e proibida dentro de cada uma delas. As regras estipulam onde, quando e como os vinhos devem ser feitos a fim de ganhar o título AOC Margaux.


Loteamentos são de importância vital no Medoc, por causa do valor das uvas que lá crescem. A localização de um limite ou um pequeno riacho pode fazer a diferença para uma adega entre o relativo anonimato e fama mundial de longa duração. Em Saint- Julien, Saint- Estephe e Pauillac, as vinhas que pertencem a cada um dos chateaux são claramente divididas e consolidados em uma única zona. Em Margaux, este não é o caso. Até mesmo vinhas que pertencem à castelos mais ricos estão dispersos e misturadas com os de seus rivais. O resultado é que os efeitos do terroir são um pouco mais amplamente distribuído em Margaux - e, assim, diluída. Produtores aqui podem criar individualidade através de suas próprias práticas e escolha de variedades de uva de vinificação, em vez de confiar nas qualidades criadas pelo terroir.

Margaux é famosa por produzir vinhos bem-arredondados, delicadamente perfumados, predominantemente da uva Cabernet Sauvignon. Seus sabores distintos e perfil são frequentemente atribuídos aos solos locais. Em Margaux, os solos têm um alto teor de cascalho (Pauillac e Saint- Estephe têm um pouco mais de argila), o que leva a excelente drenagem e um baixo nível de nutrientes. As videiras crescem bem em solo pobre, livre de drenagem, quanto mais pobre o solo, mais profundo as vinhas devem ir para buscar de água e nutrientes. Isso as torna mais fortes fisicamente e também lhes permite refletir as características específicas dos solos mais profundos. A desvantagem é que os vinhos de Margaux podem parecer  muito leves e delicados.

As uvas permitidas para uso aqui são Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Carmenere, Petit Verdot e Malbec. Devem ser provenientes de vinhas plantadas para densidades de 6.500 a 10.000 plantas por hectare ( 2631 e 4048 por acre) , com técnicas de gerenciamento de videira especificados .

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Le Carillon de L'Angelus 2006




O Château Angelus se localiza na comuna de Saint Emilion, na região de Bordeaux, na margem direita do Gironde. Uma das mais famosas regiões produtoras de vinho do mundo.

O nome do Chêteau Angélus supostamente deriva de um vinhedo particular onde enólogos devotos podiam ouvir o sino do Angelus badalar de três igrejas da região: a da capela de Mazerat, a de Saint-Martin de Mazerat e a de Saint-Émilion. Para os católicos fervorosos, o Angelus faz parte do dia. Ele nada mais é do que três momentos de oração (6h, 12h e 18h) em memória da Anunciação de Maria pelo arcanjo Gabriel. Na antiguidade, o badalar dos sinos anunciando o Angelus era comum para alertar a população de que era hora para as preces em homenagem a Maria e até hoje esse costume é mantido por muitas igrejas. Não é à toa que os sinos estampam o rótulo dos vinhos.

A região de Saint-Émilion só foi classificada em 1955, 100 anos depois da famosa classificação de Bordeaux. Lá, não é a Cabertnet Sauvignon a grande estrela, mas a Merlot e a Cabernet Franc que dividem a atenção. O Angelus era classificado como Grand cru classe até 1996, quando passou a Premier grand cru classé (B), atingindo o ápice em 2012 quando o Château foi promovido a Premier grand cru classé (A) – Como curiosidade este foi o vinho bebibo pelo ator Daniel Craig no filme James Bond - Casino Royale.


Além do Château Angélus, a propriedade produz ainda um segundo vinho, Le Carillon de Angelus, classificado como Saint Emilion Grand Cru, elaborado de vinhas mais jovens.

1- Château Angelus (Premier Wine): 50% Merlot, 47% Cabernet Franc e 3% Cabernet Sauvignon. Amadurecimento de 22 meses em barris novos de carvalho. 

2- Carillon d'Angelus (Second Wine): 50% Merlot, 47% Cabernet Franc e 3% Cabernet Sauvignon. Amadurecimento de 22 meses em barris novos de carvalho. Vinhas mais jovens, originando vinhos menos potentes e menos concentrados.






domingo, 13 de outubro de 2013

Barris de Carvalho

Carvalho é o nome comum para mais de seiscentas espécies de plantas pertencentes ao gênero Quercus, e é de carvalho que os barris de madeira são feitos. Mas qual a diferença entre os barris novos e os velhos? Qual a diferença entre o carvalho europeu e o americano?

Ao escolher um barril, o enólogo sempre considera a origem da madeira e a sua idade, em função do estilo de vinho que deseja produzir.

Quanto mais novo o barril, mais compostos aromáticos são transmitidos ao vinho, assim como mais taninos. Os taninos provenientes do carvalho são diferentes dos taninos próprios da uva, sendo mais ásperos e colaborando para estabilizar a cor do vinho. Os barris novos também permitem maior oxigenação do que os barris velhos, já que os poros da madeira ainda não estão, por assim dizer, entupidos pelos depósitos do vinho.

Mas a escolha do enólogo não precisa ser única, como efetivamente muitas vezes não é. Nesse caso, o enólogo pode optar por usar alguns barris novos e outros velhos, ou ainda realizar parte do amadurecimento do vinho em tanques de aço inox. As vinícolas de Borgonha, por exemplo, geralmente usam somente algumas barricas novas a cada ano, enquanto os châteaux de Bordeaux costumam usar 100% de novos barris.


E a origem do carvalho, onde entra nessa história?

 O carvalho europeu
A França é o maior produtor de barris de carvalho da Europa, e a espécie de carvalho mais predominante em seus barris é o Quercus robur, de granulação espaçada, capaz de produzir barris mais porosos, que permitem maior oxigenação e fornecem toques de café, manteiga, baunilha, pimenta, cedro, cravo e outras especiarias, dependendo da localização da floresta.
Outra espécie de carvalho considerada francesa é o Quercus sessiliflora, menos comum, com granulação apertada, que produz barris mais estanques que transmitem menos estrutura ao vinho.
Outros países europeus, como a Eslovênia, também são produtores de barris de carvalho, geralmente com as mesmas espécies utilizadas na França. Já Portugal, grande produtor de carvalho, produz a espécie Quercus suber, utilizada para a fabricação de rolhas de cortiça, e não de barris.
 O carvalho americano
A espécie de carvalho mais utilizada nos barris americanos é a Quercus alba, produzida nos Estados Unidos e, em menor escala, na América do Sul. O carvalho americano, que fornece aromas de coco e baunilha, é muito utilizado, também, na Espanha e na Austrália. De granulação espaçada, seria de se esperar que esses fossem barris porosos, mas de fato não são, são muito estanques, permitindo menor oxigenação, e, portanto, um desenvolvimento mais lento do vinho.
Via de regra, os barris americanos custam a metade do preço dos barris franceses, pois o aproveitamento do carvalho no seu processo produtivo é muito maior. Mas, mais do que o preço, a escolha do enólogo baseia-se no objetivo que ele pretende atingir com cada vinho.



Fonte: Tintos e Tantos

Rioja

Uma região de vinhos de alta qualidade e personalidade única. Com uma grande variedade de uvas e de vinhos, Rioja consegue apresentar uma identidade perfeitamente reconhecível, e deliciosamente apreciável... Uma das características mais marcantes dos vinhos de Rioja é a excelente aptidão para o envelhecimento, qualidade que é exclusiva dos grandes vinhos!
No norte da Espanha, Rioja é dividida em três sub-áreas, com características vitivinícolas distintas: Rioja Alta (de onde saem os vinhos tidos como mais especiais), Rioja Baja e Rioja Alavesa.
As variedades atualmente autorizadas pelo regulamento da denominação Rioja são as nativas tintas Tempranillo, Garnacha, Graciano, Mazuelo e Maturana Tinta; as nativas brancas Viura, Malvasia, Garnacha Blanca, Tempranillo Blanco, Maturana Blanca e Torrontés; e as internacionais Chardonnay, Sauvignon Blanc e Verdelho.
Com Tempranillo como elemento principal, os tintos de Rioja costumam ser muito equilibrados em seu teor alcoólico, cor e acidez, com corpo e estrutura perfeitamente compensados por um sabor suave e elegante; frutados quando jovens, e mais aveludados quando envelhecidos.
Dos cerca de 300 milhões de litros produzidos anualmente sob a denominação Rioja, 90% são de vinho tinto, mas também são produzidos incríveis brancos e rosés, por lá chamados de Blancos e Rosados.
E, se há um assunto levado a sério em Rioja, é o envelhecimento de seus vinhos, no qual a madeira desempenha um papel decisivo.
Vinhos de Rioja são envelhecidos em barris de carvalho de 225 litros, em um lento processo de evolução, microoxigenação e estabilização. Este é o método tradicional de envelhecimento dos grandes vinhos, um processo natural e mais caro do que as propostas modernas de enologia em escala mais industrial.
Para entender quais seriam essas alternativas ao envelhecimento em barril, mas que não são utilizadas em Rioja, clique aqui.
Tradicionalmente, o tipo de madeira mais utilizada em Rioja é o carvalho americano, que dá um sabor mais pronunciado de baunilha, quando comparado ao carvalho francês. Para ler mais sobre essas diferenças, clique aqui.
O processo de envelhecimento dos vinhos de Rioja é concluído na garrafa, até atingir seu pico, e os vinhos de Rioja se enquadram em uma das quatro categorias:
 Joven: Vinhos em seu primeiro ou segundo ano após a colheita, frescos e frutados, ideais para serem degustados ligeiramente gelados.
 Crianza: Vinhos envelhecidos pelo menos um ano em barris de carvalho, no caso dos tintos, e seis meses, no caso dos brancos. Muitos especialistas concordam que esse é o ponto de equilíbrio ideal para que o vinho se desenvolva sem perder o caráter frutado.
 Reserva: Vinhos envelhecidos por um período mínimo de 3 anos, sendo um em carvalho. Para brancos, 2 anos de envelhecimento mínimo, sendo 6 meses em madeira. Esse é o “destino” das grandes safras de Rioja.
 Gran Reserva: Vinhos selecionados, de safras excepcionais, que envelhecem pelo menos 5 anos, 2 deles em barris de carvalho. Para os brancos, 4 anos, com pelo menos 1 deles em tonéis.
De maneira geral, os vinhos de Rioja são elegantes e originais. Fáceis de beber, são também muito versáteis na harmonização. Experimente um Tempranillo de Rioja com linguiças, ou com pratos à base de pimentões. Esses vinhos também são excelentes escolhas para acompanhar comida tipo tex-mex (americana com forte influência do México), como costelinhas de porco ao molho barbecue.


Fonte: Tintos e Tantos