segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Espumante x Frisante

Apesar da popularidade cada vez maior dos vinhos espumantes entre os brasileiros, a confusão ainda é grande. E uma das maiores confusões acontece entre os termos espumante e frisante.

Afinal, qual a diferença?

Primeiro vamos às semelhanças. Ambos, espumante e frisante, têm gás carbônico. Bolhas, borbulhas, chame como preferir. E ambos passam por processo de fermentação alcoólica, como qualquer vinho. É quando o açúcar das uvas transforma-se em álcool.

Agora vamos às diferenças...

  fermentação

Os vinhos espumantes passam por um segundo processo de fermentação, que pode acontecer em tonéis de aço (processo charmat) ou na própria garrafa (método tradicional, clássico, ou champenoise). Essa segunda fermentação produz gás carbônico de maneira natural, que, aprisionado na garrafa, torna o vinho espumante.

Já os vinhos frisantes não passam, necessariamente, por essa segunda fermentação, e a introdução de gás carbônico pode ocorrer no mesmo momento da fermentação alcóolica, geralmente de maneira artificial.

  pressão

Como os frisantes são menos gaseificados, tendo, via de regra, metade do gás carbônico dos espumantes, sua pressão também é menor. Enquanto os frisantes tem pressão de 1 a 2 atmosferas (ou seja, a pressão dentro da garrafa é uma a duas vezes maior do que fora), os espumantes tem pressão de 4 a 6 atmosferas. Ou seja, a principal diferença entre eles é que o vinho frisante tem menos espuma que um vinho espumante.

  teor alcóolico

A quantidade de álcool normalmente é menor nos frisantes, por volta de 7%, enquanto um espumante varia de 9,5 a 10%.

  denominações

Champagne é, sem dúvida, o espumante mais famoso do mundo. Os únicos espumantes que podem utilizar essa denominação em seus rótulos são aqueles produzidos na região de Champagne, na França, sob condições específicas (tipos de cepa, método de produção...). Mas existem outras denominações também famosas: a Espanha produz Cava, a Itália produz o Prosseco... sem falar nos espumantes brasileiros, cada vez mais reconhecidos, premiados e apreciados.

Já o vinho frisante mais conhecido é o Lambrusco, proveniente da Itália.

Outra informação que muita gente desconhece é que existe uma escala bem definida para suavidade e doçura, e que pode ser muito útil na compra do seu próximo espumante:

 Brut nature: de 0 a 3 gramas de açúcar residual por litro, sem adição de licor de expedição

 Extra brut: com menos de 6 gramas de açúcar por litro

 Brut: de 6 a 15 gramas de açúcar por litro

 Extrasseco: de 12 a 20 gramas de açúcar por litro

 Seco: de 17 a 35 gramas de açúcar por litro

 Semisseco ou demi-sec: de 35 a 50 gramas de açúcar por litro

 Docedulce ou doux: mais de 50 gramas de açúcar por litro

sábado, 28 de dezembro de 2013

Château des Grandes Vignes Sauvignon Blanc

Muito falamos dos vinhos tintos, mas nem sempre valorizamos como deveríamos os brancos. A casta Sauvignon Blanc (Selvagem Branca) é originária da região de Bordeaux, e, curiosamente, do seu cruzamento com a Cabernet Franc, originou a famosa e difundida mundialmente Cabernet Sauvignon. Além de Bordeaux, a SB produz excelentes vinhos em outras regiões da França, como o Vale do Loire, e ficou famosa também na Califórnia e na Nova Zelândia. Ótimos vinhos refrescantes para o calor. Tim-Tim...


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Vinho do Padre

Fundamental para o sacramento da eucaristia, o vinho está profundamente ligado à história do Cristianismo. Mas como será o vinho consumido pelos padres na celebração das missas?

Também chamado de vinho sacramental, ou vinho canônico, o vinho utilizado na consagração representa o sangue de Jesus, enquanto o pão representa o corpo de Cristo, no fenômeno da transubstanciação.

Para esse ritual, o mais comum é uma produção de vinho específica, que segue rígidas instruções do Vaticano. Muitas vinícolas ao redor do mundo dedicam-se à produção exclusiva de vinhos para missa.

Mas o uso de vinho “de mercado” também é permitido pela Igreja Católica, desde que a bebida escolhida atenda às condições necessárias para a validade do sacramento, sendo um vinho 100% de uva, sem adição de outras substâncias, respeitando o limite de 18° de graduação alcoólica...

A escolha de um vinho válido e lícito, para uso no altar, é uma atribuição muito séria. A forma mais segura e recomendada ao pároco, para obter o vinho adequado, é comprá-lo diretamente de um fabricante que entenda e respeite a grande responsabilidade envolvida na celebração do Santo Sacrifício.

Pode ser surpreendente, mas o vinho que representa o sangue de Cristo não precisa ser, necessariamente, vinho tinto, principalmente no catolicismo ocidental! Isso mesmo! O mais popular vinho de missa consumido no Brasil, por exemplo, é um rosado. Já os padres europeus, inclusive em Roma, dão preferência ao vinho branco, para evitar manchas nos tecidos do altar e em suas vestimentas.

Com adição de álcool etílico de uva durante a fermentação, assim como ocorre nos vinhos fortificados, o vinho canônico costuma ser licoroso e doce, podendo ser conservado por bastante tempo, já que o consumo de suas garrafas é lento, com uma quantidade bem pequena consumida a cada missa celebrada.

As variedades de uvas utilizadas no processo de fabricação dos vinhos de altar podem ser de Vitis Vinifera ou híbridas americanas. No Brasil, as mais comuns costumam ser Moscato, Saint-Emilion e Isabel, tendo como resultado um vinho rosado com cerca de 16% de graduação alcoólica.

Certamente não é uma bebida que agradaria ao paladar de muitos apreciadores de vinho. Mesmo assim, cerca de 20% da produção brasileira de vinhos canônicos não é absorvida pela Igreja, e, sim, por consumidores que apreciam este tipo de vinho mais doce.

Mas é possível encontrar, sim, bons exemplares de vinhos canônicos, com aroma e sabor intensos. Uma dica é procurar aqueles da Toscana.

Amém!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Monte Garbi Valpolicella Superiore Ripasso 2008

Nas décadas de 1970 e 80, produtores desenvolveram uma nova técnica na produção de Valpolicella. O nome “Ripasso” refere-se ao processo específico utilizado para a produção do Valpolicella Ripasso. O método Ripasso é uma técnica que é feita pelo “ripasso” repassagem da pele das uvas utilizadas na produção do vinho Amarone de Valpolicella ou Recioto, produzido a partir das uvas Corvina, Molinara, Rondinella e Corvinone.

Neste contexto inclui a produção do Valpolicella Ripasso, que recentemente ingressou na lista de vinhos DOC, oferecida por esta terra extraordinária para a viticultura. Desde março de 2010, podem se orgulhar de vinhos DOC Valpolicella Ripasso em diferentes tipos e especificações: Valpolicella Classico Superiore Ripasso, Ripasso Valpolicella, Valpolicella Ripasso, Valpolicella Ripasso Valpentana e Superior.

As uvas utilizadas são as mesmas que passaram pela vinificação do Amarone ou Recioto, onde o termo “ripasso” é para ser entendido no seu sentido literal: depois de ter sido utilizado para a produção de vinhos de Amarone ou Recioto, as uvas prensadas, ou seja, as peles são adicionadas a cuba do Valpolicella recém fermentado, durante um período de 10-15 dias, refermentando com as leveduras e açúcares residuais. Esta fermentação torna o vinho com mais cor, tanino, sabor e estrutura, ao final você tem um vinho de elevada qualidade, de grande corpo e de teor moderado de álcool.

Caracteriza-se em maior longevidade e estrutura se comparados ao Valpolicella, por um álcool superior, uma curvatura maior, a partir de mais extratos e substâncias fenólicas. De Cor rubi com granada, oferece um Aroma de frutas levemente etéreo e rosa com notas de baunilha, um gosto refinado, harmonioso, seco e aveludado.

Devido às suas características e boa acidez , pode acompanhar pratos de inverno, pratos principais, e de uma forma geral carnes vermelhas e queijos maduros.

Talvez erradamente considerado o “irmão mais novo” do “Amarone”, o Valpolicella Ripasso tem visto nos últimos anos, um aumento exponencial na popularidade entre os consumidores. Isso seria por causa de sua alta relação qualidade / preço e, em parte, a um fenômeno de “moda” que foi gerada em torno de um nome e do charme de um vinho que agrada aos jovens. No mercado internacional a demanda por “Valpolicella Ripasso” tem obtido sucesso e possibilitou um novo entusiasmo para o vinho de Verona.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Tipos de Espumantes

Asti e as borbulhas do Piemonte:


Localizada no sudeste do Piemonte, a região é conhecida pelos vinhos doces, principalmente o Moscato D'Asti, seu principal ícone. Produzidos por um método parecido com charmat, ganharam status de DOCG a partir de 1994 e, desde então, vêm crescendo em qualidade.

Brasil também é de espumante:

Apesar de não haver denominação específica para os espumantes brasileiros, os nossos despontam em qualidade e vêm ganhando mais reconhecimento a cada dia. Não só a Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, mas também o Santa Catarina e Pernambuco produzem belos exemplares nacionais.

Cava, o espanhol para todas as horas:

O estilo espanhol de espumante, feito pelo método tradicional, o mesmo do Champagne, nasceu e se delimitou à região da Catalunha. Ele privilegia uvas diferentes, com as quais não estamos acostumados, como a Macabeo, Parellada, Xarel-lo, mas também permite a Chardonnay.

Aromas de leveduras e brioche indicam o método utilizado para sua produção, porém, nesse caso, com menor intensidade. Como a maioria dos vinhos da Catalunha, sobressaem as frutas, principalmente as amarelas.

Versáteis de nascença, estão presentes na maioria dos momentos à mesa espanhola.


Champagne, um espumante que dispensa apresentações:

De tão conhecido, acaba dando nome, muitas vezes, a todos os tipos de espumante. Consegue lembrar quantas vezes já falou em beber um Champagne sem ao menos estar com um autêntico na taça?

Acontece que apenas os produzidos na região que lhe emprestou o nome. Todo Champagne é um espumante, mas o inverso nem sempre é verdade.

Chardonnay, a principal uva, não é a única permitida. Ao lado da variedade, estão Pinot Noir e Pinot Meunier. O estilo mais clássico resultado do corte 50% Chardonnay, 50% Pinot Noir. Os 100% Chardonnay recebem a denominação "Blanc de Blancs", enquanto que os sem Chardonnay, "Blanc de Noir".

Brioche, leveduras, pão tostado e frutas amarelas - é isso o que deve encontrar na taça! As frutas, normalmente, são mais discretas, mas estarão lá em algum lugar. Já o brioche é a sua marca registrada.


Prosecco, o italiano que não falta a casamentos:

Mais baratos que os tradicionalíssimos Champagnes, os Proseccos são o que se pode chamar de carro-chefe dos espumantes italianos, que brinda - e consagra - praticamente todas as uniões matrimoniais. Produzido na região de Prosecco, possui DOC e DOCG. Sua principal uva? A Glera, mas que é também conhecida pelo nome do vinho.

Nota-se a diferença logo ao servir na taça. E sabe por quê? Não bastasse a cor, que puxa mais para o avelã, a filtragem e engarrafamento sob pressão, pelo qual passa o espumante produzido pelo método charmat, suas bolhas são grandes e menos delicadas (porém, jamais deselegantes!).

Com aromas cítricos, lembrando também maçã verde, flores e amêndoas, surpreende o palato com nozes, amêndoas e frutas maduras.


Sekt, o espumante alemão:

Feitos pelo método tradicional, principalmente com as variedades nacionais Riesling, Weissburgunder (nome alemão para Pinot Blanc) e Rülander (Pinot Grigio), são muito aromáticos e têm alta acidez e "picância", característica marcante dos vinhos alemães.


Classificação:


Frisante: o frisante é quase um vinho tranquilo, pois não tem quantidade suficiente de gás carbônico para ser considerado um espumante. Podem ser doces ou secos e geralmente são mais leves e suaves que os espumantes, pois possuem, literalmente, menos bolhas (perlage).


Brut (menos de 16 g/L): é literalmente o espumante seco. Dele, não se espera muita doçura, mas frescor e potência (leia-se acidez). Trazem frutas e leveduras e são muito versáteis para harmonizar.


Demi-Sec (de 33 g/L a 50 g/L): é o espumante meio seco. Suas frutas são mais maduras que na versão brut, mas não tem tanto açúcar residual quanto nos espumantes doces. São uma ótima opção para quem ainda não está acostumado com os vinhos secos ou para quem gosta de doces não tão doces.


Doce (mais de 50 g/L): como vinhos de sobremesa, são os espumantes com açúcar residual perceptível (ou seja, doçura). É o tipo de espumante que agrada a qualquer paladar, escolha perfeita para doces e receitas que levam frutas (muita gente, inclusive, gosta de jogar a bebida sobre saladas de frutas, manjares e outras sobremesas leves).