Ir ao Chile é uma experiência incrível, que já começa em pleno vôo em direção a Santiago. A visão da Cordilheira dos Andes de cima é impressionante. O piloto tem que fazer umas manobras para conseguir descer e pousar em segurança.
Conheci o Chile no inverno, e apesar do país ser um dos maiores produtores de vinho do mundo confesso que naquela época estava mais interessado em saber como o Pisco Sour poderia me aquecer. Mas Pisco, por coincidência, é uma cachaça de uva!
Ficamos num hotel cujo nome já era inspirador e a varanda do quarto dava de frente pra aquele paredão de gelo da Cordilheira. A visão é ao mesmo tempo magnífica e assustadora.
Mas como aqui é um blog de enogastronomia, esqueçamos a neve, Vale Nevado, Farellones... e vamos descrever duas experiências imperdíveis.
Ficamos num hotel cujo nome já era inspirador e a varanda do quarto dava de frente pra aquele paredão de gelo da Cordilheira. A visão é ao mesmo tempo magnífica e assustadora.
A incrível Cordilheira dos Andes |
A primeira é a visita a Concha y Toro, uma das vinícolas mais famosas do Chile e também do mundo. Fica em Pirque, um povoado distante 27 Km da cidade de Santiago, no vale do Rio Maipo.
O tour começa com um passeio pelos belos jardins da vinícola, e pela parte externa da residência de verão da família Concha y Toro, datada do fim do século XIX. O contraste de cores me lembrou um céu de baunilha. Um cenário deslumbrante.
Depois passa-se à visita dos vinhedos. Para fundar a vinícola, Dom Melchor importou mudas da região de Bordeaux e contratou um enólogo francês para garantir que a qualidade dos produtos fosse comparável à dos vinhos franceses, então dominantes no mercado.
Entre as mudas trazidas da França naquela época estava a Carmenère. Por mais de um século acreditou-se que aquela cepa era, na verdade, Merlot. Verdade descoberta em 1994 (ironicamente por um francês) hoje é a uva mais emblemática do Chile; praticamente só existe por lá.
Ao se olhar o horizonte avista-se a Cordilheira dos Andes; aos seus pés estão as plantações, protegidas por esta barreira natural. De repente fica mais fácil entender o porquê dos vinhos chilenos serem tão bons. Esse fator, somado ao terroir e, obviamente, o expertise em seleção de mudas e manejo, é o que proporciona vinhos excelentes.
O tour começa com um passeio pelos belos jardins da vinícola, e pela parte externa da residência de verão da família Concha y Toro, datada do fim do século XIX. O contraste de cores me lembrou um céu de baunilha. Um cenário deslumbrante.
Depois passa-se à visita dos vinhedos. Para fundar a vinícola, Dom Melchor importou mudas da região de Bordeaux e contratou um enólogo francês para garantir que a qualidade dos produtos fosse comparável à dos vinhos franceses, então dominantes no mercado.
Entre as mudas trazidas da França naquela época estava a Carmenère. Por mais de um século acreditou-se que aquela cepa era, na verdade, Merlot. Verdade descoberta em 1994 (ironicamente por um francês) hoje é a uva mais emblemática do Chile; praticamente só existe por lá.
Ao se olhar o horizonte avista-se a Cordilheira dos Andes; aos seus pés estão as plantações, protegidas por esta barreira natural. De repente fica mais fácil entender o porquê dos vinhos chilenos serem tão bons. Esse fator, somado ao terroir e, obviamente, o expertise em seleção de mudas e manejo, é o que proporciona vinhos excelentes.
Depois, chega-se a parte mais interessante do tour: uma visita às Bodegas de guarda dos vinhos, especialmente a do famoso Casillero del Diablo! Esse vinho não é o melhor da vinícola, mas sua lenda é interessante.
Barris de Carvalho Francês |
Dizem que a lenda da adega do diablo, e do nome Casillero del Diablo, surgiu em 1891, quando o Don Melchor de Concha guardou na adega subterrânea chamada “Casillero” exemplares dos melhores vinhos de cada safra. Com o tempo, ele percebeu que as garrafas estavam sumindo. Como sabia que o povo da região era muito supersticioso, inventou a história de que ali morava o Diabo. O rumor se espalhou pelo povoado e as garrafas nunca mais desapareceram. Hoje o local abriga vários barris com vinho e também uma coleção de garrafas de Don Melchor que têm entre 15 e 20 anos. As garrafas ficam guardadas atrás de um portão de ferro com cadeado. Até hoje é possível ver o diabinho lá!
Outro fato interessante é a umidade do ar no interior de algumas das bodegas de guarda. Para manter essa umidade é usada uma suspensão de clara de ovo no local, que não é visível a olho nu, pois as bodegas são totalemnte escuras, mas pode ser vista quando se tira uma foto com flash, com as partículas dispersas no ar.
Segue-se com uma degustação do famoso vinho Marques de Casa Concha, e o visitante ganha de brinde sua taça com a marca da vinícola.
Segue-se com uma degustação do famoso vinho Marques de Casa Concha, e o visitante ganha de brinde sua taça com a marca da vinícola.
No final, passa-se pelo Wine Bar e pela lojinha da vinícola, e vi pessoas correndo para comprar garrafas de Alma Viva*, Dom Melchor, Carmín de Peumo... Eu me contentei com um Kit do Marquês de Casa Concha. Se arrependimento matasse...!
* O Almaviva é produzido em parceria com a vinícola francesa Baron Phillippe de Rothschild, com o objetivo de ser equivalente a um vinho “Grand Cru Classe”. É considerado um dos melhores do mundo. Uma curiosidade: é o único vinho chileno a ter um vinhedo, uma bodega e uma equipe técnica exclusivos para a sua produção. As plantas utilizadas têm mais de vinte e cinco anos de idade. E tudo isso tem seu preço; para degustar uma garrafa desse néctar é preciso investir entre R$ 500 e R$ 600.
* O Almaviva é produzido em parceria com a vinícola francesa Baron Phillippe de Rothschild, com o objetivo de ser equivalente a um vinho “Grand Cru Classe”. É considerado um dos melhores do mundo. Uma curiosidade: é o único vinho chileno a ter um vinhedo, uma bodega e uma equipe técnica exclusivos para a sua produção. As plantas utilizadas têm mais de vinte e cinco anos de idade. E tudo isso tem seu preço; para degustar uma garrafa desse néctar é preciso investir entre R$ 500 e R$ 600.
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