A divisão de Bordeaux entre as
margens direita e esquerda vai muito além da geografia. Ela sintetiza as
diferenças de tipos e estilos dos vinhos produzidos em cada uma das
margens.
Reportagem da Revista ADEGA.
Localizada no departamento da Gironda, dentro da região da Aquitânia,
no sudoeste da França, Bordeaux é a maior região produtora de vinhos do
país, tanto em volume quanto em valor. A produção vinícola está
concentrada às margens dos rios Garonne e Dordogne, que, ao se
encontrarem, formam o estuário do Gironde. Lá são produzidos muitos dos
melhores, mais prestigiados e mais caros vinhos do mundo, especialmente
tintos e brancos doces.
Entre os enófilos apreciadores desses vinhos célebres, às vezes,
surge a pergunta: você prefere os vinhos da margem direita ou esquerda?
Há quem defenda ferrenhamente a margem esquerda, apontando que de lá são
provenientes os Premier Crus de 1855. Mas há aqueles que tendem para a
margem direita, indicando que de lá vêm rótulos como Cheval Blanc e
Pétrus, por exemplo. No entanto, a questão principal aqui não é a
disputa entre as margens e seus adeptos, mas compreender distintos
estilos que algumas vezes estão, sim, separados por um rio.
Dessa forma, para que você compreenda melhor essa questão, ADEGA preparou um guia com os detalhes de cada margem de Bordeaux.
Existem mais de 50 denominações diferentes em Bordeaux
Em termos de vitivinicultura, normalmente considera-se que Bordeaux
seja uma macrorregião e, assim, as sub-regiões geográficas acabam sendo
chamadas simplesmente de regiões.
A maioria das regiões geográficas de Bordeaux tem sua própria
Appellation d’Origine Contrôlée – AC ou AOC –, que são regidas por
legislações específicas, os quais determinam quais as cepas permitidas,
teor alcoólico, métodos de poda e colheita, rendimento de fruta por
planta, técnicas de vinificação permitidas etc.
Existem mais de 50 denominações diferentes em Bordeaux, que variam
desde grandes denominações genéricas, até pequenas, relativas a
determinadas comunas (embora, muitas vezes, as fronteiras da comuna não
coincidam com as da denominação que leva seu nome). Entre essas várias
denominações, não existe uma hierarquia clara e determinada baseada em
qualidade, sendo mais fácil compreendê-las agrupando-as de acordo com o
estilo de vinho produzido em cada uma delas, considerando-se
especialmente as características de cada terroir e a legislação
específica da AC.
As principais sub-regiões geográficas de Bordeaux |
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Margem Esquerda | Margem Direita | Entre-Deux-Mers |
Bas-Médoc (Médoc) | Saint-Émilion | Loupiac |
Haut-Médoc | Pomerol | Saint-Croix-du-Mont |
Pessac-Léognan | Lalande-de-Pomerol | Cadillac |
Graves | Fronsac e Canon-Fronsac | Côtes de Bordeaux St. Macaire |
Sauternes e Barsac | Côtes de Blaye | Premières Côtes de Bordeaux |
Cérons | Côtes de Castillon | |
Côtes de Franc | ||
Côtes de Bourg |
História
O primeiro produtor de vinhos de Bordeaux de que se tem notícia foi o
poeta latino Décimo Magno Ausônio, que viveu aproximadamente entre os
anos 310 e 395. Foi Ausônio o primeiro autor a mencionar o cultivo de
videiras e enaltecer os vinhos na região (o Château Ausone foi nomeado
em sua homenagem). Registros históricos indicam que naquela mesma época a
viticultura teria se consolidado no local e nos arredores, sob domínio
de Roma. Mais tarde, quando da queda do Império Romano, pouco se soube
sobre Bordeaux. A retomada se deu no reinado de Carlos Magno, que teria
tido grande interesse em Fronsac. A partir do século XI, com a expansão
econômica da Europa, a demanda por vinho se intensificou. O novo porto
de La Rochelle, no norte de Bordeaux, trouxe riqueza para a região e, no
século XII, tanto a produção quanto o comércio de vinhos aumentaram.
Entretanto, a preeminência de Bordeaux estabeleceu-se sob domínio
inglês. De fato, em 1152, Eleonora da Aquitânia, filha de Guilherme X,
casou-se com Henrique de Plantagenet, coroado como Henrique II, em 1154.
Os territórios de sua esposa haviam sido adquiridos por Henrique II e,
com isso, boa parte do oeste da França ficou sob administração inglesa
(situação revertida apenas em 1453, com o final da Guerra dos Cem Anos).
Nesse período, por conta de facilidades de exportação e outros
privilégios, os vinhos da região conquistaram o mercado britânico,
responsável pela compra de mais de um quarto do total da produção
vitivinícola de Bordeaux. O comércio com a Inglaterra continuou ativo
após a expulsão dos britânicos, já muito apreciadores do que chamavam de
“claret” (vinhos de Bordeaux).
Mais tarde, em meados do século XVII, os pântanos de Médoc foram
drenados por holandeses, criando-se a base para o plantio de vinhedos e a
produção dos vinhos finos bordaleses que construíram a boa reputação da
região em todo o mundo. Já no século XVIII, os tintos de Bordeaux
passam a ter maior densidade, tomando a forma conhecida até hoje. Além
disso, a produção, que era comercializada principalmente à granel,
passou a ser engarrafada e arrolhada nas próprias propriedades,
preservando-se a origem e a qualidade do vinho.
Por volta de 1852, a região foi acometida por oídio e, mais tarde, no
final da década de 1870, pela filoxera, duas pragas que levaram a uma
queda de produtividade e qualidade dos vinhos de Bordeaux. De fato, os
vinhedos bordaleses sobreviveram à filoxera graças a porta-enxertos
feitos sobre mudas de uvas americanas, reconhecidamente mais
resistentes. No século seguinte, vieram as duas guerras mundiais, quando
alguns Châteaux mudaram de propriedade e chegaram a ser invadidos por
alemães. Somente no final dos anos 1950, os Châteaux com melhor
reputação internacional atingiram lucro suficiente para investir em um
replantio de vinhedos e modernização.
A geografia de Bordeaux e suas denominações
Os rios Dordogne e Garonne fluem até se encontrar e formar o estuário
do Gironde, dividindo os vinhedos de Bordeaux em três grandes áreas. A
oeste e ao sul de Gironde estão os distritos de Médoc, Graves e
Sauternes, área convencionalmente chamada de “Margem Esquerda”. A maior
parcela da vasta área entre Dordogne e Garonne é chamada de
Entre-Deux-Mers (“entre dois mares”). Já os principais distritos ao
norte e a leste dos dois rios são Libournais, Bourg e Blaye, na
denominada “Margem Direita”.
Essa macrorregião compartilha fatores importantes, como o clima, por
exemplo, que é temperado marítimo, sob medida para a produção de vinhos
que se destacam mais pela sutileza do que pela potência. Bordeaux
beneficia-se, ainda, da Corrente do Golfo, que traz águas quentes do
Caribe para o norte da Europa, estendendo a estação de crescimento das
plantas e amadurecimento dos frutos, reduzindo o risco de incidência de
geadas. Em contrapartida, a proximidade do Oceano Atlântico eleva a
incidência de chuvas e umidade. Por isso, embora a floresta de Landes e
as dunas de areia da costa protejam as áreas de vinhedos dos ventos mais
fortes e ajudem a estabilizar a temperatura, a variação das safras é um
fator importante quando falamos de vinhos bordaleses, embora os grandes
produtores consigam mais homogeneidade de qualidade de seus vinhos
através da rígida seleção das uvas.
Além disso, os vinhedos de Bordeaux são, via de regra, planos e estão
em baixa altitude, e os solos bem drenados. Entretanto, a composição
desse solo apresenta variações, conforme a localização. E aí começam a
ser refletidas as diferenças entre os vinhos de cada “margem”.
Margem Esquerda
Cabernet Sauvignon é a uva de maior destaque na Margem Esquerda
Na dita “Margem Esquerda” está Médoc, que se divide em Haut-Médoc
(mais ao sul) e Bas-Médoc (porção norte, normalmente chamada de
“Médoc”). Haut-Médoc, por sua vez, tem várias sub-regiões, incluindo
Saint-Éstèphe, Pauillac, Saint-Julien e Margaux. Na mesma margem fica
Graves e suas sub-regiões, como Pessac-Léognan e Sauternes (que engloba
Barsac), entre outras.
Nessas áreas, predominam os solos arenosos misturados a cascalho
graúdo ou pequenos pedregulhos – ditos “graves”. Os graves ajudam a
refletir o calor do ambiente para o vinhedo, elevando as temperaturas,
favorecendo o perfeito amadurecimento da fruta, base ideal para cepas
como a Cabernet Sauvignon.
De fato, a Cabernet Sauvignon é a tinta predominante de Haut-Médoc,
sendo cultivada com sucesso também em Bas-Médoc e Graves. Não
coincidentemente, a Cabernet costuma compor três quartos dos melhores
tintos dessas áreas, que apresentam bons taninos e complexidade, além de
notas de groselha, e podem envelhecer por décadas.
Como regra geral, na Margem Esquerda, os tintos de melhor qualidade
são produzidos em Haut-Médoc e Pessac-Léognan, justamente onde os
vinhedos são dominados por Cabernet Sauvignon. Eles são estruturados,
com taninos firmes e boa acidez, além de terem uma base concentrada de
groselha, com notas de carvalho. Esses rótulos têm ótima capacidade de
envelhecimento, podendo evoluir por décadas, quando normalmente
desenvolvem aromas de cedro e caixa de charuto.
Em Haut-Médoc, estão as importantes AC de Saint-Éstèphe, Pauillac,
Saint-Julien, Listrac, Moulis e Margaux. Todas elas preveem em suas
legislações um máximo de rendimento das videiras bastante baixo.
Saint-Éstèphe
Em Saint-Éstèphe, a base do solo sob o graves é argilosa. Isso faz
com que o amadurecimento das uvas seja mais lento e a fruta tenha maior
grau de acidez. Os vinhos da AC são bastante tintos e robustos, um pouco
austeros na juventude, mas com grande potencial de envelhecimento. Os
principais Crus Classés são Château Calon-Ségur, Château Cos
d’Estournel, Château Lafon-Rochet e Château Montrose. Outros Châteaux
importantes são: Château Haut-Marbuzet, Château Les Ormes-de-Pez e
Château Phélan-Ségur.
Umidade
Se a umidade elevada, por um lado, é uma preocupação, no caso de
Sauternes, por exemplo, acaba por se revelar um fator positivo. É que
graças a isso, sobretudo aos orvalhos matinais que evaporam durante o
dia, as uvas brancas cultivadas na região são atacadas pelo fungo
Botrytis cinerea, resultando na desidratação dessas uvas, usadas na
produção de um dos vinhos doces mais valorizados do mundo.
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Château Gruaud-Larose, um dos destaques de Saint-Julien
Latour, um dos três Premier em Pauillac
Em Pauillac estão três dos cinco Premier Cru Classés de 1855: Lafite, Latour e Mouton.
Pauillac
Logo abaixo de Saint-Éstèphe está Pauillac, a comuna de maior
expressão do Médoc. Três dos Premier Grand Cru Classés de 1855 são
produzidos em Pauillac: Châteaux Lafite, Latour e Mouton-Rothschild. As
áreas de vinhedos concentram-se nos solos pedregosos próximos às margens
do Gironde. As principais notas dos tintos de Pauillac são cassis,
cedro e caixa de charuto. Os principais Crus Classés fora os três já
citados são: Château Clerc-Milon, Château Duhart-Milon-Rothschild,
Château Grand-Puy-Lacoste, Château Lynch-Bages, Château
Pichon-Longueville, Château Pichon-Longueville Comtesse de Lalande e
Château Pontet-Canet. Outros Châteaux importantes são: Château Fonbadet,
Les Forts de Latour e Château Pibran.
Saint-Julien
Os tintos de Saint-Julien situam-se entre a concentração de Pauillac e
a elegância de Margaux. A produção de Saint-Julien é bastante
consistente, seus vinhos são finos, longevos, de cor intensa e muito
persistentes. Os Crus Classés que merecem destaque são Château
Beychevelle, Château Branaire-Ducru, Château Ducru-Beaucaillou, Château
Gruaud-Larose, Château Lagrange, Château Langoa-Barton, Château
Léoville-Barton, Château Léoville-Las-Cases, Château Léoville-Poyferré,
Château Talbot. Outros Châteaux importantes são: Château Gloria e
Château Lalande-Borie.
Entre-Deux-Mers
Na área conhecida como Entre-Deux-Mers, a composição do solo é
basicamente argilo-calcária. Como é óbvio, o nome da região reporta-se
ao fato da área estar situada entre os rios Dordogne e o Garonne.
Diferentemente do restante de Bordeaux, ali predominam os vinhos brancos
secos à base de Sauvignon Blanc e Sémillon, frescos e para serem
consumidos jovens. Na verdade, eles são os únicos autorizados a serem
rotulados com a denominação AOC Entre-Deux-Mers.
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Château Haut-Brion, o maior nome de Graves
Entre os bons produtores de Margaux está o Château Dauzac
Merlot é a uva mais plantada do Médoc
Margaux é a comuna mais extensa de Haut-Médoc e concentra grandes produtores.
Margaux
Comuna mais ao Sul, mais isolada e mais extensa de Haut-Médoc,
Margaux é provavelmente também a mais sedutora das AC. Os vinhos de
Margaux apresentam profunda coloração vermelho-rubi, grande estrutura e
concentração, com aromas intensos e textura aveludada. Os solos são um
mix de argila, calcário, giz, areia e graves. O lendário Premier Cru
Classé Château Margaux é a propriedade emblemática da denominação.
Outros Crus Classés que merecem ser citados são: Château Brane-Cantenac,
Château Cantenac-Brown, Château Dauzac, Château Giscours, Château
d’Issan, Château Kirwan, Château Malescot-St-Exupéry, Château Palmer,
Château Prieuré-Lichine e Château Rauzan-Ségla. Outros Châteaux
importantes são: Clos des Quatre Vents, Château Marojallia e Château
Siran.
Médoc
Em Bas-Médoc, normalmente chamada apenas de “Médoc”, o solo é
predominantemente argiloso e o clima mais úmido. Ao contrário de
Haut-Médoc, onde a Cabernet Sauvignon reina, em Médoc a Merlot é
bastante cultivada, especialmente nas parcelas mais úmidas e de solo
mais frio, devido à sua maior facilidade para amadurecer. Na região, o
graves é particularmente importante, pois tem a função de armazenar
calor. Tradicionalmente, os melhores vinhedos de Médoc estão nos
arredores do Gironde. Nessa AC, merecem destaque os seguintes Châteaux:
Château d’Escurac, Haut-Condissas, Château Potensac, Château Rolland de
By e Château Tour-Haut-Caussan.
Graves
Ainda na Margem Esquerda está a região de Graves. O solo
característico é uma constante em toda a área. Graves é a única região
de Bordeaux conhecida tanto por seus vinhos tintos, quanto por seus
brancos. Nos tintos, em geral, a Cabernet Sauvignon e a Merlot entram em
proporção similar nos blends, que ainda levam Petit Verdot e Cabernet
Franc. “Graves AOC” estende-se por aproximadamente 3 mil hectares,
enquanto a denominação “Graves Supérieur” ocupa apenas 400 hectares, com
plantas de menor rendimento e discreto teor alcoólico. Uma
característica marcante dos vinhos de Graves são as notas defumadas. O
único Premier Cru Classé da classificação de 1855 que se situa fora do
Médoc – Château Haut-Brion – está em Graves.
Château Smith-Haut-Lafitte, Grand Cru Classé de Pessac-Léognan
Château d’Yquem, o mítico produtor de Sauternes
Além de tintos excepcionais, a Margem Esquerda produz os vinhos doces mais famosos do mundo.
Pessac-Léognan
A região de Pessac-Léognan destacou-se oficialmente de Graves em
1987. Em suas comunas produzem-se excelentes brancos e tintos. Na
verdade, os melhores vinhedos Cru Classé ao sul da cidade de Bordeaux
estão em Pessac-Léognan. Os solos de graves são ótimos para a Cabernet
Sauvignon, entretanto os vinhos dessa AOC costumam ser mais leves em
corpo e mais aromáticos do que os tintos mais finos de Haut-Médoc, além
de amadurecem mais rápido.
Outros Crus Classés de destaque de Graves e Pessac-Léognan são:
Château Carbonnieux, Domaine Chevalier, Château de Fieuzal, Château
Haut-Bailly, Château Latour-Martillac, Château Laville-Haut-Brion,
Château Malartic-Lagravière, Château La Mission-Haut-Brion, Château
Pape-Clement e Château Smith-Haut-Lafitte. Châteaux que merecem
destaque: Château Branon, Château de Cantegrive, Château Crabitey, Clos
Floridène, Château de France, Château la Garde, Château la Louvière,
Château de St-Robert, Château du Seuil e Vieux-Château Gaubert.
Sauternes
Ainda no distrito de Graves está Sauternes, que se dedica à produção
de brancos doces não fortificados. A cepa predominante em Sauternes é
Sémillon, opulenta, doce e untuosa. Por conta de sua casca mais fina, é
mais susceptível à podridão nobre, essencial para a produção dos vinhos
da região, que costumam ter cor dourada e bom corpo, além de excelente
potencial de envelhecimento. O corte clássico é composto de Sémillon,
Sauvignon Blanc (cuja “função” é contribuir com sua boa acidez,
balanceando a falta de intensidade da Sémillon) e Muscadelle (que
contribui com seu floral pronunciado). Em Sauternes está o reputado
Château d’Yquem, único Premier Cru Supérieur.
Além de Sauternes, também Barsac produz ricos vinhos doces,
geralmente mais licorosos que os de Sauternes. Os aromas são de frutas e
flores, com toques de especiarias, sendo bastante longevos. Entre os principais Premier Crus de Sauternes e Barsac estão: Château
Climens, Château Barsac, Château Guiraud, Château Lafaurie-Peyraguey,
Château Rieussec e Château Suduiraut. Outros produtores de destaque:
Château de Malle, Château Nairac, Château de Fargues, Château Gillete e
Château Raymond-Lafon.
Curiosidade sobre as classificações de Bordeaux
Ao contrário do que ocorre na Borgonha, onde as classificações são
restritas a um terreno determinado, em Bordeaux, um Cru se refere a uma
propriedade ou Château específico. Assim, a classificação dos vinhedos
segue a classificação da propriedade. Ou seja, um vinhedo será Cru
Classé se a propriedade for classificada como tal.
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Margem Direita
Ao se tratar da Margem Direita, pode-se dizer que, no solo, além do
cascalho – que ali, entretanto, é menor – e areia, também há argila e
calcário em diferentes trechos. O clima é mais ameno. A Merlot é a cepa
mais cultivada de toda Bordeaux, sendo a uva predominante dos tintos da
margem direita, dando vinhos de bom corpo e taninos moderados, que
amadurecem mais rápido do que os que têm maior porcentagem de Cabernet
Sauvignon na composição. Na região está Libourne, considerado o centro
comercial da margem direita, tanto é que os vinhos de Saint-Émilion,
Pomerol e Fronsac, por vezes, são chamados coletivamente de
“Libournais”.
Embora englobe várias sub-regiões, na margem direita certamente os holofotes voltam-se para Saint-Émilion e Pomerol.
Pomerol e Saint-Émilion são as regiões de destaque na Margem Direita.
Saint-Émilion
Saint-Émilion é a denominação da margem direita que mais produz
vinho, alguns dos quais são feitos em micro-Châteaux e atingem
altíssimos preços. Os vinhedos são dominados por Merlot e Cabernet
Franc. O solo é calcário-argiloso, determinando a longevidade dos seus
tintos. Uma das características marcantes da região é a variabilidade
das safras. Um dos principais vinhos da região é o famoso Cheval Blanc.
Outros Premier Grand Crus de destaque são: Château Ausone, Château
Angélus, Château Beau-Séajour-Bécot, Château Canon, Château Figeac,
Château Pavie, Château Troplong-Mondot e Château Valandraud. Angélus e
Valandraud foram escolhidos para estar em nossa capa, pois, em 2012, na
reclassificação de Saint-Émilion eles se destacaram. Angélus se tornou
Premier Grand Cru Classé A e Valandradraud, B.
Grand Cru Classés de destaque: Château Berliquet, Château
Cannon-La-Gaffelière, Château la Couspade, Château Dassault, Château la
Dominique, Château Fleur-Cardinale, Château Grand Mayne, Château
Monbousquet, Châteu Pavie-Decesse e Château la Tour Figeac. Grand Crus e
outros Châteaux de importância na região: Le Dôme, Château Fombrauge,
Château Gracia, Château Laforge, La Mondotte e Château Tertre-Rôtebouef.
Pomerol
A pequena, porém muito distinta, região vinícola de Pomerol também
está na margem direita de Bordeaux. Os vinhos de Pomerol são opulentos e
sofisticados, com predominância de Merlot, cerca de 80% dos blends,
somada à Cabernet Franc. Os melhores tintos da região, além de serem
muito disputados e de produção muito pequena, costumam também atingir
elevados preços. O mítico Pétrus é produzido ali. Outros produtores de
destaque em Pomerol são: Château Beauregard, Château Bonalgue, Château
le Bon-Pasteur, Château Certan-May, Château Clinet, Clos L’Eglise,
Château la Conseillante, Château L’Eglise-Clinet, Château l’Evangile,
Château la Fleur-Pétrus, Château le Gay, Château Gazin, Château Lafleur,
Château Latour à Pomerol, Le Pin, Château Trotanoy e
Vieux-Château-Certan.
Vista da Côtes de Bourg, ao norte do rio Dordogne
Maioria dos vinhos são feitos de blends. São 13 as variedades permitidas
Fronsac
Menos conhecidas, Fronsac e Canon-Fronsac também estão na margem
direita de Bordeaux e usualmente produziam vinhos cheios de vigor e
notas de especiarias, porém isso atualmente vem mudando em favor de
tintos mais corpulentos, macios e untuosos, buscando um estilo mais
similar com os encontrados nos seus vizinhos mais famosos. Alguns
produtores de destaque nessas regiões são: Château de Carles, Château
Fontenil, Château Moulin Pey-Labrie, Château le Trois Croix e Château
Villars.
Outras denominações na margem direita
Também na margem direita, Côtes de Castillon e Côtes de Francs
receberam sua própria AC em 1989 e os vinhos da região, quando bem
elaborados, lembram os de Saint-Émilion menos encorpados. Os principais
Châteaux são: Château la Clarière-Laithwaite, Château Puy-Arnaud,
Château Joanin-Bécot, Château Veyry e Domaine de l’A.
Côtes de Bourg está situada ao norte do rio Dordogne e produz tanto
vinho quanto Bas-Médoc, assim como sua vizinha imediata Côtes de Blaye,
que possui os vinhedos mais ao norte, situados na margem direita. Os
melhores vinhos costumam ser redondos, encorpados e mais acessíveis
quando jovens. Alguns Châteaux merecem destaque: Château Fougas, Château
le Roc de Cambes, Château Tayac, Château Bel Air La Rouyère, Château
Mondésir-Gazin e Château Rolland la Garde.
Blends
A grande maioria dos tintos e dos brancos de Bordeaux são produzidos a
partir de um blend de cepas. Isso não se dá por acaso, já que
historicamente, por conta da instabilidade do clima, em especial no
tocante à umidade e ao regime de chuvas, sempre foi arriscado basear-se
em uma única variedade de uva. A legislação bordalesa permite o cultivo e
a utilização de uma série de cepas, que florescem e amadurecem em
épocas distintas, o que faz com que uma eventual geada ou chuva mais
pesada não arruíne toda uma safra. De fato, das 13 variedades permitidas
na AOC, destacam-se três tintas e duas brancas: Cabernet Sauvignon,
Cabernet Franc e Merlot, e Sémillon e Sauvignon Blanc, respectivamente.
As proporções de cada uma delas nos blends variam de acordo com a
sub-região.
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As diferenças de estilo
Para mostrar as diferenças entre os vinhos das duas margens
bordalesas, ADEGA fez uma prova às cegas com rótulos dos dois lados.
Durante a degustação, ficaram claros alguns pontos comuns no estilo dos
vinhos tanto da margem direita quanto da esquerda. Todas as amostras
mostraram-se com capacidade de envelhecimento, mas também mais
acessíveis e apreciáveis com poucos anos de garrafa, muito pela busca de
um estilo mais frutado, com taninos mais aveludados e acidez presente,
mas equilibrada, do que pelas safras degustadas em si.
Nesse sentido, as amostras da margem direita, talvez pela maior
porcentagem de Merlot, são mais sedutoras e fáceis de entender quando
jovens, enquanto as da esquerda são menos chamativas e exuberantes,
porém mais austeras, profundas, com mais notas minerais e um equilíbrio
que exige um tempo maior para ser totalmente atingido.
Em linhas gerais, os vinhos degustados da margem direita mostraram
frutas mais negras, com notas de dulçor e madurez mais evidentes, além
de taninos de textura mais fina e sedosa. Já os da esquerda, um frutado
mais contido, de frutas mais vermelhas, evidenciando mais acidez e
taninos macios, mas com textura mais granulada.
Enfim, seja da margem direita – mais frutado, sedutor, exuberante e
de textura mais sedosa– ou da esquerda – mais contido, fresco, profundo,
austero e com textura mais granulada – os vinhos provados mostraram
muita qualidade, ficando claro que, independentemente do estilo, cada um
tem seu lugar e sua ocasião para serem apreciados.
Algumas classificaçõesA classificação de 1855
Em meados do século XIX,
pela falta de regras e parâmetros, muitos se aproveitavam do prestígio
de Bordeaux para vender vinhos feitos sem grande controle, preocupando
proprietários de Châteaux tradicionais. Com isso, Napoleão III convocou o
“Sindicato dos Corretores” para escolherem os melhores vinhos de
Bordeaux. A partir desse ato, em abril de 1855, foi publicada uma lista
dos melhores e mais caros rótulos de Haut-Médoc e de Graves,
classificados em: Premier Grand Crus Classé, Second Crus, Troisième
Crus, Quatrième Crus e Cinquième crus.
Os Crus Bourgeois
Descontentes
com as regras rígidas da classificação de 1855, o sindicato de
produtores do Médoc criou a classificação dos Crus Bourgeois (ou “Crus
Burgueses”, em oposição aos “aristocráticos” Crus Classés). Os vinhos
dentro dessa hierarquia podem ser classificados como Crus Bourgeois
Exceptionnels, Grands Crus Bourgeois ou Crus Bourgeois, em ordem
decrescente de importância.
Classificação de Saint-Émilion
Em
Saint-Émilion, por iniciativa do sindicato local, foi criada sua
própria classificação, em 1955. Mais sucinta e objetiva, ela divide os
vinhos em Grand Crus Classés (estes divididos em Premier Grand Cru
Classé A e B e Grand Cru Classé) e Grand Crus. Ela é revista a cada 10
anos.
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Margem Esquerda
AD 91 pontos
Château Bellevue de Tayac 2006
Jean
Luc Thunevin, Bordeaux, França (Viníssimo R$ 299). A sobriedade é
característica recorrente nos vinhos de Bordeaux, especialmente Margaux,
e este exemplar não foge à regra. Pelo contrário, há mais seriedade
aqui do que normalmente encontramos. Sua cor brilhante é tão envolvente
quanto seus aromas terrosos e frutados. Apresenta elaborada estrutura e
taninos suaves, arredondados. Forma bela parceria com cordeiro assado.
VS
AD 92 pontos
Château Blaignan 2006
Château
Blaignan, Bordeaux, França (Tahaa R$142) .Tinto de Médoc elaborado com
50% de Cabernet Sauvignon, 41% de Merlot e 9% de Cabernet Franc.
Apresenta cor vermelho-rubi intenso com aromas de frutas vermelhas e
nuances de chocolate e defumado. Na boca, alta acidez, estrutura
encorpada e taninos marcantes estão muito bem equilibrados, permanecendo
por longo tempo na boca. A complexidade, tanto no aroma quanto no
sabor, é seu ponto mais interessante. HSK
AD 92 pontos
CHÂTEAU D’ANGLUDET 2006
Benjamin
Sichel, Bordeaux, França (World Wine R$ 283). Um Bordeaux, de Margaux,
numa linha moderna, sem perder a complexidade. Este Cru Bourgeois
Exceptional, corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot, tem
fruta e mineralidade andando de mãos dadas nos aromas. Cereja, cedro e
pedra de isqueiro. Em boca, a cereja e o morango se confirmam, ao mesmo
tempo em que a acidez e a rica textura dos taninos elevam o perfil do
vinho. O final traz chá e a certeza de que é um tinto que ganha com
alguma decantação. Apesar de já estar delicioso hoje, ainda terá muito
boa evolução em garrafa. CB
AD 90 pontos
CHÂTEAU HAURA 2009
Denis
Dubourdieu, Bordeaux, França (Casa Flora R$ 126). Um vinho de Graves
com 60% Cabernet Sauvignon e 40% Merlot, com estágio de 12 meses em
barricas. Intensa cor vermelho-rubi de reflexos violáceos e aromas
complexos de frutas vermelhas, notas defumadas, herbáceas e de
especiarias, além de toques tostados e minerais. Em boca, é frutado,
estruturado, equilibrado, tem boa acidez, taninos marcantes e sedosos e
final persistente, lembrando café e chocolate. Austero e elegante. EM
AD 90 pontos
Château Lauduc Tradition 2008
Château
Le Grand Hosteau, Bordeaux, França (Porto Mediterrâneo R$ 74).
Elaborado com 65% Merlot, 30% de Cabernet Sauvignon e 5% de Cabernet
Franc. Apresenta cor vermelho-rubi intenso com aromas de frutas
vermelhas e notas herbáceas. Na boca, alta acidez e estrutura bem
encorpada estão otimamente equilibradas com taninos marcantes,
permanecendo por longo tempo na boca. A complexidade de aroma e do sabor
é o ponto forte desse tinto. HSK
AD 96 pontos
CHÂTEAU LYNCH-BAGES 2009
Château
Lynch-Bages, Bordeaux, França. 75% Cabernet Sauvignon, 18% Merlot, 4%
Cabernet Franc e 2% Petit Verdot. Aromas intensos de cassis e cerejas
negras, bem como notas florais, herbáceas, tostadas, de especiarias
doces e de tabaco. No palato, confirma essa fruta negra e suculenta, é
potente, concentrado, untuoso, tudo sustentado por taninos de ótima
qualidade, quase de textura granulada. Apesar de estar muito jovem,
chama a atenção pelo equilíbrio e profundidade, mostrando muita harmonia
entre concentração, fruta madura, estrutura e finesse. EM
AD 89 pontos
CLOS DES PINS 2010
Château
Haut-Bergeron, Bordeaux, França (Ravin R$108).Tinto de Graves com 60%
de Merlot e 40% de Cabernet Sauvignon. Apresenta cor vermelho-rubi
intenso e traz no nariz complexos aromas de frutas vermelhas, herbáceos e
defumados. Na boca, o sabor de frutas vermelhas é dominante. Sua alta
acidez e sua estrutura encorpada sustentam os taninos marcantes,
permanecendo por longo tempo na boca. HSK
AD 91 pontos
Légende R Pauillac 2006
Les
Domaines Barons de Rothschild, Bordeaux, França (Vinci US$ 79).
Produzido a partir de uvas colhidas de seus próprios vinhedos em
Pauillac, este tinto apresenta cor vermelho-rubi intensa. A primeira
impressão no nariz é de frutas vermelhas, mas, com o passar do tempo,
podemos perceber notas de tostado e de especiarias. Na boca, alta
acidez, estrutura encorpada e taninos pronunciados e aveludados estão
otimamente equilibrados. Vibrante e alegre, está no ponto para ser
apreciado. HSK
Margem Direita
AD 96 pontos
CHÂTEAU ANGÉLUS 2005
CHÂTEAU ANGÉLUS 2005
Château
Angélus, Bordeaux, França. 60% Merlot e 40% Cabernet Franc. Complexos
aromas de frutas negras e notas florais, tostadas, de tabaco e de
especiarias. Chama a atenção pelo equilíbrio e pela estrutura sólida e
exuberante. Fruta deliciosa envolta por agradável acidez que traz
vivacidade ao conjunto. Os taninos são sedosos e finos e o final é
longo, lembrando grafite e alcaçuz. Tem a virtude de ser potente,
concentrado e elegante ao mesmo tempo. Apesar de estar acessível e muito
gostoso agora, tem longuíssima vida pela frente. EM
AD 92 pontos
CHÂTEAU CHANTALOUETTE 2007
Château
de Sales, Bordeaux, França (World Wine R$ 215). 70% Merlot, 15%
Cabernet Sauvignon e 15% Cabernet Franc. Amoras e cassis, exuberantes
notas florais e de especiarias doces, além de toques minerais, de tabaco
e de alcaçuz. No palato, impressiona pela delicadeza, elegância e
equilíbrio do conjunto, mostrando boa acidez, taninos finíssimos e final
longo e suculento. Um bom exemplo de Pomerol. EM
AD 92 pontos
CHÂTEAU LAPLAGNOTTE-BELLEVUE 2006
Château
Laplagnotte-Bellevue, Bordeaux, França (Porto Mediterrâneo R$ 287). Um
Saint-Émilion com 75% Merlot e 25% Cabernet Sauvignon. Frutas negras,
floral, tabaco e especiarias. Impressiona pela estrutura e textura dos
taninos, tudo num contexto de equilíbrio com sua boa acidez e fruta
suculenta. Austero, profundo, preciso, exalando poder e intensidade de
um modo mais discreto, elegante. Ainda bem jovem, apesar de ser de 2006.
EM
AD 91 pontos
Château Louvie Cuvée Veyry 2009
Vignobles
Christian Veyry, Bordeaux, França (Cantu R$163).Tinto de Saint-Émilion
elaborado com 80% de Merlot e 20% de Cabernet Franc. Apresenta cor
vermelho-rubi intenso, tem aromas muito bem combinados de frutas
vermelhas com toques de chocolate. Na boca, a alta acidez está muito bem
balanceada com os taninos marcantes. Seu corpo é médio e sua
persistência é longa, deixando claramente a impressão de que é um vinho
intenso e vibrante. Harmoniza com carnes vermelhas e queijos duros e
fortes. HSK
AD 92 pontos
CHÂTEAU PRIEURS DE LA COMMANDERIE 2007
Vignobles
Clément Fayat, Bordeaux, França (Viníssimo R$ 328). Este tinto de
Pomerol é elaborado com 75% de Merlot, 15% de Cabernet Franc e 10% de
Cabernet Sauvignon. Apresenta cor vermelho-rubi intenso e tem aromas
sofisticados de frutas pretas, como ameixa em compota com toques de
chocolate. Na boca, alta acidez, estrutura bem encorpada e taninos
marcantes e macios estão muito bem equilibrados, permanecendo por longo
tempo na boca. Potente e complexo, harmoniza muito bem com carnes
vermelhas grelhadas. HSK
AD 92 pontos
Château Rocher-Calon 2009
Jean-Baptiste
Audy, Bordeaux, França (Ravin R$118). Tinto de Saint-Émilion com 95%
Merlot e 5% de Cabernet Franc. Apresenta cor vermelho-rubi intenso. O
pronunciado aroma de frutas vermelhas maduras com toque tostado
impressiona no nariz. Sua alta acidez está muito bem balanceada com a
estrutura encorpada e os taninos pronunciados e aveludados, permanecendo
por muito tempo na boca. Frutado e jovem, vale a pena guardar para
conferir sua evolução. HSK
AD 93 pontos
CHÂTEAU VILLEMAURINE 2009
Château
Villemaurine, Bordeaux, França (Casa Flora R$ 390). Um Grand Cru de
Saint-Émilion com 95% Merlot e 5% Cabernet Franc. Aromas de frutas
vermelhas e negras, notas minerais, herbáceas e florais, além de toques
tostados, de tabaco e de alcaçuz. Impressiona pela finesse e elegância
do conjunto, é estruturado, equilibrado, tem taninos de ótima textura,
acidez refrescante e final longo e persistente, lembrando grafite. EM
AD 94 pontos
PÉTRUS 1976
Pétrus,
Bordeaux, França. Apesar de não ser considerada uma grande safra em
Bordeaux, este tinto surpreendeu na taça. No início estava bem fechado,
mas depois de 45 minutos foi abrindo e mostrando toda sua elegância e
complexidade. Frutas vermelhas em compota, notas florais, de ervas secas
e de especiarias doces. Em boca, é classudo, austero, mostrando
bastante fruta e vivacidade, apesar de quase 40 anos. Tem acidez viva,
taninos muito finos e final longo e persistente. Chama a atenção pela
profundidade e precisão do conjunto. EM
AD 89 pontos
Thomas Barton Reserve Saint-Émilion 2011
Barton
& Guestier, Bordeaux, França (Interfood, R$103). Apesar de muito
jovem, este Saint-Émilion já consegue agradar os paladares mais ansiosos
que o sorvem neste momento. A madeira aporta aromas de especiarias,
chocolate e pão tostado. Já em boca aparece, além das frutas negras, um
toque herbáceo, que lembra erva mate. Seu corpo é médio e estruturado,
com final de boa persistência. VS
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