Um blog nascido da curiosidade. O que afinal é a Enogastronomia? A simples harmonia entre o vinho e o prato? Mas e a companhia? E o local? E a paixão? E o doce sabor do beijo só pode durante a sobremesa? Me parece um universo inesgotável de variáveis. Assim não quero chegar tão cedo à harmozinação final. O que dá prazer é percorrer o caminho da busca. “De gustibus non disputandum est”. Afinal, o essencial é invisível aos olhos.
sábado, 28 de setembro de 2013
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sábado, 7 de setembro de 2013
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Vinho Verde: o Frescor da Juventude
By João Luís Prada e Silva
Eles
são fruta quase pura. São quase frisantes. São jovens a mais não
poder. Apresentando: a DOC (Denominação de Origem Controlada) Verde. Há
quem pense que o nome deriva do tipo de uva utilizado na vinificação. Não: os Vinhos Verdes não são feitos de “uvas verdes”. Tanto podem ser
tintos quanto brancos. Evidentemente, este que vos escreve, prefere os
tintos.
Os Vinhos Verdes constituem a
DOC mais típica e conhecida de Portugal, ao lado, claro, do famigerado
Vinho do Porto, que, sim, também é uma DOC. Em Portugal, é o segundo em consumo, à frente do Douro e perdendo apenas para os vinhos do Alentejo. Produzidos em áreas
demarcadas do extremo norte do país – região do Minho –, são os
preferidos da gente nortista. Muitas tavernas e restaurantes do Douro e
do Minho têm os Verdes como vinhos da casa, frequentemente servidos em
terrinas de barro, extraídos diretamente do barril.
O nome “Verde” vem
em contraposição a “maduro”, no sentido de serem vinhos pouco maturados. São extremamente jovens, o que lhes confere um sabor de fruta e um
frescor inigualáveis, e que sugere que sejam servidos gelados, na mesma
temperatura em que se serviria... um suco de uva. E ficam muito bem
gelados, de fato. Digo mais, apesar do grau de fruta extremo, soam mais
viníferos do que certos vinhos maduros produzidos a partir de castas
ecléticas como a Cabernet-Sauvignon. A fruta dos Verdes é fresca,
natural, espontânea, marca registrada da juventude.
Como
os Verdes são pouco maturados, pouco complexos, seu teor alcoólico é
menor do que a média dos tintos ordinários de mesa: oscila entre 9 e
11%, o que permite que possam ser bebidos em quantidade maior, o que
acontece, deveras, no norte de Portugal. Em suma, o Vinho Verde permite
o prazer de beber vinho de uma das formas mais espontâneas, leves e
soltas. É produzido com fartura, a partir de castas típicas do norte,
em diversas vinícolas regionais, e engarrafados e armazenados (por pouco
tempo) em adegas associadas a esses produtores.
- Não é obrigatório constar o ano de colheita, porém 90% ou mais trazem a indicação da safra na garrafa. A maioria dos verdes é formada por brancos (61%), mas há também os tintos (25%), rosados (2%) e mosto (12%). As castas recomendadas para verde branco são alvarinho, avesso, azal, arinto, loureiro e trajadura – sendo que o blend típico da categoria é composto por loureiro (60%), arinto (20%) e trajadura (20%). Quando o vinho for monocasta, a uva em questão deve estar presente em mais de 85% e seu nome deve constar do rótulo. No caso dos alvarinhos, os mais famosos dos verdes, obrigatoriamente serão das sub-regiões de Monção e Melgaço, e em quase todos os exemplares a uva está presente em 100%. O verde tinto tem-se firmado cada vez mais no consumo regional, e entre nós seria uma interessante aposta para acompanhar a tradicional feijoada. Amaral, alvarelhão, borraçal e vinhão são as castas recomendadas para esse tipo de vinho, no qual, tipicamente, se mesclam ou loteiam as duas últimas (30% e 70%, respectivamente).
Na
foto, um Verde das Adegas Cooperativas de Ponte de Lima, de Ponte de
Lima, cidadezinha às margens do Rio Lima, no Minho, em generosa garrafa
de 1 litro. Colheita 2011, foi para a garrafa logo em Março de 2012. O
resultado é pura festa.
"Vinho Verde" - Um hino ao que Portugal tem de melhor...
http://www.youtube.com/watch?v=mWQi4FTO3fM
"Ninguém na rua, na noite fria, só eu e o luar,
Voltava à casa,quando vi que havia luz num velho bar
Não hesitei, fazia frio e nele entrei.
Estando tão longe da minha terra, tive a sensação
de ter entrado numa taberna de Braga ou Monção,
E um homem velho se acercou e assim falou:
Vamos brindar com Vinho Verde, que é do meu Portugal,
E o Vinho Verde me fará recordar
A aldeia branca que deixei atrás do mar...
Vamos brindar com Verde Vinho p'ra que eu possa cantar
Canções do Minho que me fazem sonhar
Com o momento de voltar ao lar.
Falou-me então daquel' dia triste o velho Luís,
Em que deixara tudo quanto existe para ser feliz:
A noiva, a mãe, a casa, o pai e o cão também...
Pensando agora naquela cena que na estranja vi,
Recordo a mágoa, recordo a pena que com el' vivi.
Bom português, regressa breve, vem de vez...
Vamos brindar com Vinho Verde, que é do meu Portugal,
E o Vinho Verde me fará recordar
A aldeia branca que deixei atrás do mar...
Vamos brindar com Verde Vinho p'ra que eu possa cantar
Canções do Minho que me fazem sonhar
Com o momento de voltar ao lar."
domingo, 1 de setembro de 2013
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